4 de out. de 2011

Resumo: Uma pedagogia da história?

Miceli, Paulo. Uma pedagogia da história? In: Pinky, Jaime (org.). O ensino de História e a criação do fato. São Paulo: Contexto, 2009. p 37-52.

Para Miceli o docente, para desempenhar sua missão, deve partir da experiência cotidiana dos alunos, oferecendo elementos que lhes permitam ultrapassar as formas tradicionais de ensino da história.
E nesse aspecto o autor lembra que não é apenas a escola a responsável pela educação dos cidadãos, eles trazem uma base dos espaços sociais freqüentado, o que inclui a própria família.
O que diferencia o professor de história, segundo Miceli, é os compromissos políticos, por significa comprometer-se com uma estética de mundo, onde guerras, massacres e outras formas de violência precisam ser tratados de modo crítico.
Outro ponto abordado por Miceli é o de incentivar o desenvolvimento de uma espécie de sentido histórico ao aluno para atuar no mundo em que vive e para isso o professor deverá ter clareza de sentido e aplicação de conceitos como cidadania, diferença, semelhança, permanência, transformação, questionamento, convivência entre outros e ter em mente que o aluno constitui o objetivo central de toda ação educativa.
Para ensinar história é preciso gostar de história. Dessa forma o professor permeará a sala de aula reflexões e debates, embasada em leituras realizadas, transmitindo também aos alunos a importância dos hábitos de leitura, a freqüência nos espaços culturais e a reflexão sobre o que se lê. Para que a disciplina seja uma espécie de história militante, onde estudo e vivência pudessem, de alguma forma, permanecer juntos.
Miceli lembra de um tempo em que a história era doutrinação e se destinava a formar, reforçar e manter os valores nacionais, reformularam o ensino de história através de muitos projetos imaginas para dar conta disso, mas a maior parte virou resultado nulo ou só incluía novos temas, como trabalho, sexo, religião, vida cotidiana, além da sempre recomendada importância de incentivar a participação do aluno e o desenvolvimento de seu espírito crítico e da criatividade. Apesar da recomendação o professor continua sobrecarregado com as pedras de sua formação.
Para Miceli é necessário pensar numa espécie de história militante em que a violência do feitor ou do senhor de engenho seja denunciada e se desdobre em outros exemplos de outras lutas mais ou menos sutis que se travam à nossa volta, retirando assim o cheiro de poeira, coisa velha e de pouca valia, a que muitos rotulam a história. Ao professor resta a coragem necessária de transformar em cinza ou adubo pilhas e pilhas de livros didáticos, burlar vigilâncias, criar e aceitar novos desafios e experiências, para que a história ganhe respeito e importância.

28 de mai. de 2011

Marchas e Contramarchas da Democracia: Os anos 60 e 70 do século XX: Entre golpes e protestos

Projeto apresentado à disciplina de Estágio Obrigatório, sob orientação da Profª. Dra. Ana Maria Marques.


Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente, olha eu de novo
Perturbando a paz, exigindo o troco...
(Paulo César Pinheiro & Maurício Tapajós, “Pesadelo”, 1972)



INTRODUÇÃO
O poder da juventude reside na própria juventude. Eles carregam a essência de serem novos e com isso, qualquer idéia ou mesmo sonho, tem um campo fértil para se concretizar.
Trabalhar Marchas e Contramarchas da Democracia e em específico o poder da juventude que enfrentou os golpes nas décadas de 60 e 70, com o ensino fundamental da 8ª série B da Escola Estadual da Policia Militar Tiradentes visa situa-lo num tempo em que as lutas e rebeldia dos jovens fizeram ocorrer transformações ao seu redor.
Rebeldia que contrapunha a moda comportada e sofisticada das décadas anteriores mudava-se cabelos, maquiagens, ídolos, estilos musicais e a forma de ver e viver.
É nesse gancho que apegarei: música. Ela faz parte de nosso cotidiano de forma quase imperceptível. Está ligada a minha vida de maneira que carrego uma trilha sonora que é única, são as marcas dos anos vividos, dos amores sofridos, das paixões ardentes, das tristezas, das incertezas, das alegrias.
A juventude da década de 60 e 70 ao redor do mundo também escolheu sua trilha sonora, Beatles, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Pink Floyd e Queen. No Brasil Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Nara Leão entre outros, davam o recado, não só seu mais de toda uma sociedade calada, contra a ditadura militar então vigente.


JUSTIFICATIVA

Ao analisar o poder da juventude e a música que era utilizada como meio de protesto é uma tentativa de aproximar essa juventude de que eles são sujeitos históricos e podem compreender e melhorar o mundo em que vivem. É aproximar-lo da pesquisa histórica e construir o conhecimento a partir da discussão com base em fontes audiovisuais.
Para isso o desafio do professor, segundo Pinsky, é o de desenvolver uma prática de ensino de História adequada aos novos tempos e também a esses novos alunos, onde tenhamos um conteúdo rico, socialmente responsável e onde a informática e a internet facilitam a parte mecânica do trabalho de investigação.
O professor de história, para Schmitd, deveria ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista, a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas, procurando transformar, em cada aula de história, temas em problemáticas. Lançando mão inclusive das inovações tecnológicas.
Neste campo que a Música Popular Brasileira (MPB) fará o papel de fonte histórica, por que esteve ligada a juventude urbana universitária fazendo criticas ao sistema existente, estando extremamente ligada a realidade cotidiana do povo.
Realidade essa que a partir do golpe militar orquestrado por Vargas vai conviver com um regime de ditadura, onde vigora um governo absoluto que se mantém no poder sem o prévio consentimento dos governados (eleições) e utilizam de prerrogativas ilegais no que tange a lei (perseguições, tortura e assassinado).
Como forma de enfrentar a situação posta, os jovens, músicos e a população em geral vão enfrentar a ditadura das mais diversas formas possíveis, seja com os movimentos de resistência seja com os compositores, que para se opor ao cerceamento da liberdade, começam a elaborar composições questionadoras, deixando de ser manifestações meramente culturais para uma forma de resistência popular.
Nas músicas de protesto devemos procurar entender a perspectiva social e histórica refletidas nas canções, utilizadas nos festivais das canções, tocadas nas rádios e como hinos nas passeatas, que reuniam em sua maioria exclusivamente estudantes, que ao som de Geraldo Vandré, Chico Buarque, também conhecido como Julinho de Adelaide, Gilberto Gil, Elis Regina, Caetano Veloso, Jessé, também conhecido como Toni Hiver, Carlos Lira, Edu Lobo e outros mais, cantavam, protestavam, discursavam, carregavam faixas, pichavam muros com palavras e versos de ordem contra o regime vigente.
Com a instituição do AI-5 - Ato Institucional nº. 5 – acontece à desarticulação dos movimentos estudantis, que vão parar na clandestinidade usando como forma de resistência a luta armada, tenta-se a despolitização dos festivais das canções, as composição, jornais, revistas e livros são censuradas.
Trabalhar com a música nesse período é uma tentativa de aproximação dos alunos com os jovens da década de 60 e 70, tentando compreender o processo, o contexto histórico do período, fazendo com que se sintam sujeitos da história, através da fonte música, imagens, fotografias, vídeo e textos.
Até porque segundo Lara Mara C. Siman, citada por PIEROLI, a história não é uma ciência fácil, é provavelmente a mais abstrata das disciplinas, já que o historiador trabalha com um ambiente imaginário e utiliza linguagens e conceitos muitos complexos.


OBJETIVOS

· Participar ativamente da execução do projeto;
· Perceber a presença da cultura das músicas de protesto no cotidiano atual;
· Compreender historicamente as razões pela qual a juventude precisou utilizar da cultura através da moda, da música, da arte, para protestar;
· Refletir criticamente sobre todo o processo e percebam-se também como agente histórico;
· Aprender a importância das diferentes linguagens de protesto utilizadas no nosso cotidiano (Hip Hop e Rap) e as utilizadas nas décadas de 60 e 70 (Hippe, Rock and Rock), e no Brasil (Bossa Nova, Tropicalismo, MPB).


METODOLOGIA

Segundo os Paramentos Curriculares Nacional (PCN) de história da 5ª a 8ª série encontramos que na pesquisa histórica podem ser encontradas diferentes abordagens teórico metodológicas, umas que procuram explicar a vida social e a dinâmica de seu movimento no tempo por meio de teorias globais e outras que enfatizam os problemas sociais, ora pendendo para os grandes movimentos coletivos, ora nas particularidades individuais.
Na ênfase da problematização social, através de diferentes modelos analíticos e conceituais, podemos utilizaras obras de arte, as articulações de poderes religiosos, os rituais, os costumes, as tradições, os desvios de comportamento, as resistências cotidianas, os valores presentes em imagens e textos, as relações e papéis interpessoais e intergrupais que possuem seu tempo, seu lugar, seus valores e suas ideologias.
O método á ser trabalhado neste projeto é todo baseado em análises áudios-visuais, em especial na música, onde ocorre a difusão de personagens, fatos, datas, cenários e costumes que, segundo o PCN instigam meninos e meninas a pensarem sobre diferentes contextos e vivências humanas. As músicas estarão dispostas tanto em áudio como as letras impressas, os textos, artigos e as iconografias/fotografias também estarão dispostos impressos para melhor serem analisados.
A música, segundo Pieroli, permite a compreensão da identidade desses jovens e da história de seus pais, de tal maneira que quando escutamos uma canção, essa nos reporta a um momento inesquecível da nossa vida, ou que marcou a vida do país, assim podemos delimitar um período histórico.
Essa análise será possível uma vez que os alunos, que fazem parte do último ciclo, dominam um conjunto de noções, informações, explicações, procedimentos e reflexões históricas e temporais, que possibilitam estudos mais conceituais das vivências humanas no tempo.
Segundo Napolitano é necessário ao trabalhar com as canções que se identifique a gravação da época que se pretende analisar, localizar o veículo (rádio, TV) que fez com que a canção se tornasse conhecida, mapear o espaço (social e cultural) de sua criação, articulando no contexto histórico.
Para Napolitano não se pode esquecer, é que a música brasileira constitui um grande patrimônio histórico e cultural que contribui para a cultura da humanidade, campo pouco explorado pelas ciências humanas, só muito recentemente ela têm sido estudada de forma mais sistemática, assim como o seu uso em sala de aula. E é a evolução da tecnologia responsável pelo acesso a novos recursos didático-metodológicos que favorecem a efervescência de idéias e técnicas utilizadas nas aulas de história.
Partindo das reflexões apresentadas pelo PCN, Miolla, Napolitano, Pederiva, Pierolli entre outros, ministraremos 4 horas-aula na 8ª série da Escola de Policia Militar Tiradentes, localizada no bairro Morada da Serra, a cerca da “Marchas e contramarchas da democracia: os anos 60 e 70 do século XX: entre golpes e protestos”, pela ótica da juventude daquele contexto, através principalmente da abordagem musical.
Na preparação serão escolhidas e selecionadas as canções e documentários, bem como a preparação do material de apoio (cópias das letras, textos, CDs, aparelho de som e TV).
Em sala de aula haverá a contextualização do momento histórico a ser estudado, uma contextualização do macro (global) até uma micro (Brasil), exemplificando da crise política da renúncia de Jânio Quadros em 1961 até a tomada do poder por Getúlio Vargas. Através de uma aula expositiva e participativa caracterizaremos os diversos movimentos políticos e sociais dos anos 60 e 70 do século XX e os protestos culturais promovidos pelos jovens.
Na segunda aula darei ênfase na participação da juventude nas mudanças ocorridas nas décadas de 1960 e 1970, dos movimentos da Jovem Guarda, da Bossa Nova, do Tropicalismo, dos Festivais da Canção, dos ícones (cantores/compositores).
Na terceira aula trabalharemos diretamente com as músicas através das mídias (CD), iremos problematizar e analisar, de modo que criarem um diálogo entre a música e a contextualização das outras aulas, levando o aluno a construir, segundo Schmitd, um sentido da historia e os seus conteúdos através dos documentos, no caso mídia audiovisual.
Para Schmitd quando o aluno utiliza dos documentos passa a analisar, observar e descrever o documento dá-se a introdução do método histórico, fazendo com desenvolva o espírito critico, reduzindo a intervenção do professor, e diminuindo a distância entre a história que se ensina e a história que é escrita.

Segundo Pederiva as canções construídas em primeira pessoa fornecem a todos que cantam a possibilidade da subjetivação da mensagem, consequentemente a se identificar, pensar, rejeitar e/ou incorporar, refletindo sua condição de jovem.

Na quarta aula para verificação da aprendizagem faremos uma dinâmica ao estilo de QUIZ, para dimensionarmos a aprendizagem ocorrida e o desenvolvimento dos alunos como agente histórico e a aceitação desse tipo de aula.


CRONOGRAMA

Atividades Duração Cronograma
AGO SET OUT NOV

Preparação 16 h X
1ª Aula 1 h X
2ª Aula 1 h X
3ª Aula 1 h X
4ª Aula 1 h X
Elaboração de Relatório 5 h X
Carga Horária Total 25 horas

RECURSOS

Os recursos a serem utilizados serão um tocador de mídia (som), CD com as músicas selecionadas co-relacionada com o tema, textos impressos juntamente com fotografias e iconografias mostrando os protestos e a cultura que essa juventude propiciou nas décadas de 1960 e 1970, um período da história em que a juventude se mobilizou e conseguiu através de sua expressão mudar o mundo. Poderá ser utilizados fragmentos de um documentário da TVE que ajudará na contextualização da década de 1960.


REFERÊNCIA

MIOLLA, Luiz. A MPB na luta pela democracia. Verê-PR: 2008.
NAPOLITANO, Marcos. A Arte engajada e seus públicos (1955/1968). Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº. 28, 2001. P. 103-124.
____________________. A Música Popular Brasileira (MPB) dos anos 70: Resistência Política e Consumo Cultural. Actas de IV Congresso Latinoamericano de la Asociación Internacional para el Estudio de la Música Popular.
www.hist.puc.cl/historia/iaspmla.html, acessado dia 05/07/2010.
____________________. A MPB sob suspeita: a censura musical vista pela ótica dos serviços de vigilância política (1968-1981). Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 24, nº. 47, p. 103-126. 2004.
____________________. A produção do silêncio e da suspeita: a violência do regime militar contra a MPB nos anos 70. Actas de IV Congresso Latinoamericano de la Asociación Internacional para el Estudio de la Música Popular.
www.hist.puc.cl/historia/iaspmla.html, acessado dia 05/07/2010.
PEDERIVA, Ana Bárbara Aparecida. Anos dourados ou rebeldes: juventude, territórios, movimentos e canções nos anos 60. São Paulo: PUC/SP, 2004.
PINSKY, Jaime e PINSKY, Carla Bassanezi. Por uma história prazerosa e consequente. In História na Sala de aula: conceitos, práticas e propostas / Leandro Karnal (org). 2. ed. – São Paulo: Contexto, 2004.
PIEROLI, Sarita Maria. Ditadura Militar no Brasil (pós 64) através da música: uma experiência em sala de aula.
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/648-4, acessado em 05/07/2010.
SCHMITD, Maria Auxiliadora. A formação do Professor de História e o cotidiano da sala de aula. In BITTERCURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. P. 54-68.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: história. Brasília: MEC/SEF, 1998.
VANISE, Ribeiro e Anastácia, Carla. Encontros com a História. Curitiba: Positivo, 2006.

A realidade social e a educação por projetos: perspectivas para uma nova prática educativa

No livro Entre o passado e o futuro Arendt dialoga sobre a crise na educação, no capítulo 5, foi a primeira de várias discussões sobre didática que permeou o semestre letivo de 2010.


Desse debate ficou fixo, em mim, o porque Joãozinho não sabe ler, apesar de ter garantido por lei o direito a educação.Talvez porque exista um problema na educação, que segundo Arendt está no fato de, por sua natureza, não poder esta abrir mão nem da autoridade, nem da tradição, e ser obrigada, apesar disso, a caminhar em um mundo que não é estruturado nem pela autoridade nem tampouco mantido coeso pela tradição.


Para que Joãozinho saiba ler é necessário um caminho que segundo Hernàndez é a educação por projetos. Então o que seria esses projetos? Projetos constituem um luagr que em sua dimensão simbólica compreende a aproximação com a identidade do aluno que favorece a construção da subjetividade, onde o currículo é a solução de continuidade e onde o que aconte fora dos muros escolares faz parte da aprendizagem.


Na direçaõ desse pensamento o projeto vai além dos limites curriculares, realiza atividades práticas, os temas são apropriados ao interesse e ao estado de desenvolvimento dos alunos, ocorre experimentações como visitas e convidados, é realizada pesquisa, procura-se diferentes fontes de informação, ocorre tanto o trabalho individual quanto em grupos pequenos ou com toda a sala de aula.


Como exemplo de um trabalho com projeto, faço menção ao fime Escritores da Liberdade. Um filme que retrata uma professora que ao entender a realidade de seus alunos, vindos de guetos diferente e que possuiam uma rivalidade ligada a sua raça (negros, latinos e brancos), onde tinham que ser leal ao igual enquanto o diferente era inimigo, consegue tirar da própria vida dos alunos, material para conduzi-los, não somente para ler e escrever, mais para pensar criticamente o mundo em que vivem.


Essa professora parte do tema racial, usando como pano de fundo a perseguição emorte dos judeus, inicia junto com os alunos pesquisas, visitam memoriais, leem livros, em especial o Diário de Anne Frank, levam a escritora ao colégio onde é proferida uma palestra, fazem a relação entre o tema e suas vidas e dessa forma elaboram o seu próprio conhecimento.


O filme mostra toda a etapa descrita por Hernandez como a primeira caracterização de um projeto de trabalho, bem como os resutltados que é à participação dos alunos no processo de pesquisa, a participação no planejamento de sua aprendizagem, tornou-se flexíveis, reconher o outro e compreender seu próprio entorno pessoal e cultural.


Talvez essa solução seja uma boa perspectiva à crise da educação, citando Arendt preparando-as em vez disso com antecedência para a atarefa de renovar um mundo comum.


Que possamos pensar, eu futura educadora e aqueles que já o são, que os projetos constituem, segundo Hernàndez, um planejamento de ensino e aprendizagem onde a aquisição de estratégias cognitivas estão ligadas ao estudante como responsável pela sua própria aprendizagem.


Oxalá, pensemos nessa maneira de ensinar Joãos e Marias orientados para estabelecimento de relações entre a vida deles e o conhecimento das disciplinas.

14 de mai. de 2011

Hino de Mato Grosso - Uma homenagema pelo seu aniversário

O contexto brasileiro (e mundial) do final dos anos 1920

Somente em meados da década de 1980, segundo a professora Maria Helena Capelato, o estudo do Estado Novo foi alvo de grande interesse entre os historiadores, ocorrendo em paralelo a redemocratização do estado brasileiro.

Esse Estado Novo, segundo Capelato, caracterizou-se pela introdução de umnovo regime político orientado por novas regras legais e políticas, orientado pelo autoritarismo oriundo de um intenso controle político, social e cultural e pelo cerceamento das liberdades, inclusive com repressão e violência extrema advindas dos 'porões da ditadura'. Ocorreu, também, um reordenamendo da economia, nova relação do Estado com a sociedade e a própria reorganização do Estado, em sintese o governo varguista toma várias medidas que visam promover o desenvolvimento econômco e outras para estabelecer o controle social, na melhor das ideologias sob a égide da: Ordem e Progreso, que atravessa vários governos militares.

Na área econômica, após a crise de 1929 que atinge duramente a economia brasileira, em meio a uma superprodução cafeeeira, queda do preço da saca de café no mercado internacional, redução da receita cambial, Vargas retoma a política do café, sustentando o setor cafeeiro, através da compra de boa parte da safra paulista com empréstimos de bancos ingleses, estabelecimento de quotas de café de qualidade inferior para serem queimados e promovendo acordos de venda do café brasileiro em outros mercados, em países da Europa Central e dos EUA. Também liberou a taxa de câmbio e reduziu o imposto de exportação.

Segundo a professora Maria Antonieta P. Leopoldi, outras medidas foram adotadas pelo governo, como o monopólio das operações de câmbio pelo Banco do Brasil, a renegociação da dívida externa com os credores inclusive com o adiamento dos pagamentos. Essa última medida representava uma grande ruptura para com a política anterior, uma vez que se preocupava com a cobertura cambial para pagar seus compromissos financeiros e não desenvolviam o país através desse controle cambial e com a seleção das importações essenciais como propôs Vargas. Dessa forma conseguiu vários avanços nessa área.

Politicamente, o 'pai do povo', erregiu as leis trabalhistas, salário mínimo, férias, limitação da jornada de trabalho, segurança, carteira de trabalho, justiça do trabalho e tutela dos sindicatos pelo Ministério do Trabalho, o que garantia, segundo Capelato, o atendimento das reivindiações operárias ao mesmo tempo que dava ao Estado o controle das atividades independentes da classe trabalhadora. E como essa política não contou com a participação dos interessados, representou uma nova forma de controle social, que dominou diretamente as ações dos operários. Se por um lado o trabalhador viu suas reivindicações serem atendidas, por outro lado, foi privado da liberdade do movimento operário, que passa ao poder do Estado, e não podemos deixar de ciar, que a cidadania passa amera peça do jogo de poder varguista.

E como em todos os aspectos de uma moeda encontramos duas faces distintas, na política de Vargs também encontramos aspectos positivos e aspectos negativos, tão debatidos pelos historiadores atuais do tema.

13 de mar. de 2011

OS TEMPLÁRIOS

Trabalho Aplicativo para a conclusão da disciplina História Medieval, da Faculdade de História da Universidade Federal de Mato Grosso, ministrado pelo Profº Mestre Flavio Paes Filho, realizado pelas alunas Kelly Lohnhoff de Souza e Kyara Ramos Barbosa.
“Ide em frente em segurança, cavaleiros, e com alma intrépida afugentai os inimigos da cruz de Cristo, certos de que nem a morte nem a vida podem separar-vos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, repetindo para vós mesmos a cada perigo: Quer vivamos, quer morramos, nós somos do Senhor. Quão gloriosos sã os vencedores que regressam da batalha! Quão abençoados sã os mártires que morrem em combate! Regozijai-vos, destemidos atletas, se viverdes e conquistardes no Senhor, mas exultai e glorificai ainda mais se morrerdes e vos juntardes ao Senhor. A vida de fato é fecunda e a vitória gloriosa, mas (...) a morte é melhor do que qualquer dessas coisas. Pois se aqueles que morrem no Senhor são abençoados, quão mais abençoados são aqueles que morrem pelo Senhor?”
De laude novae militae de Bernardo de Clairvaux

O Papa Clemente pela bula Vox in excelso, promulgou a abolição da Ordem do Templo:
por um decreto irrevogável e perpetuamente válido, e nós a submetemos à proibição perpétua com a aprovação do santo concílio, estritamente proibindo qualquer um de conjeturar entrar para a referida Ordem no futuro, ou de receber ou usar seu hábito, ou de agir como um templário. E qualquer um que agir contra isso incorrerá na sentença da excomunhão ipso facto”.

Mas quem eram os templários? Porque e por quem lutavam? Qual foi o seu fim? Para Alain Demurger:
A ordem do templo é o primeiro exemplo de uma criação original da cristandade medieval do Ocidente: a ordem religiosa e militar. No século XII, durante o movimento da reforma gregoriana e da cruzada, o novo cavaleiro de Cristo, tal como São Bernardo o enalteceu, pronuncia os votos do monge, vive segundo uma regra, mas atua na vida secular. Em nome de sua fé, ele combate, mata e morre.”

Os templários começaram a existir em Jerusalém, depois da Primeira Cruzada - a palavra cruzada, segundo Peter Partner surgiu na Idade Média quando os soldados cristãos “tomavam a cruz” antes de começarem a peregrinação armada até a Palestina, nos fins da Idade Media a idéia da cruzada foi manipulada por lideres políticos e religiosos até englobar toda uma série de atos de guerra praticados com a sanção da lei da Igreja -, Através de um grupo de soldados devotos, estabelecendo a Ordem dos Cavaleiros Pobres do Templo de Salomão.
A eles foi dado a tarefa de proteger os peregrinos nas perigosas estradas entre Jafa - onde desembarcavam na costa da Palestina - e Jerusalém, reconquistada pelos cruzados. Posteriormente a Ordem do Templo estendeu sua missão à defesa dos Estados latinos do Oriente e, depois, à Espanha da Reconquista.
Passaram a viver sob a regra religiosa conhecida como a de Santo Agostinho, e tinham a ajuda e orientação dos cônegos da Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Nesse primeiro momento, faziam orações em horas fixas, em seu refeitório observavam as regras que lhe conferiam um ar monástico e não usavam nenhuma veste especial.
A iniciativa coube e a dois homens, dos quis um, Hugo de Payns, nobre da Champagne, membro de uns ramais novo dos condes de Troyes, torna-se o primeiro mestre da nova cavalaria; o outro foi Godofredo de Saint-Ommer.
A bula papal Omne datum optimum, de 1139, onde o papa Inocêncio II consolidou a aprovação e o privilégio papais, que em 1128 foi reconhecida oficialmente, após o Concílio de Troyes, pela Igreja, onde a Igreja aceitou os templários como organização corporativa de soldados religiosos governados pelo direito canônico e ordem religiosa, sendo que os templários mortos alcançaram a vida eterna depois do suor da batalha na qual “consagraram suas mãos a Deus no sangue dos infiéis”.
Foi o papa Eugenio III que lhes concedeu o direito de usar sobre o manto branco, que passaram a usar sobre as vestes, uma cruz vermelha.
Eles eram recrutados com os discursos de Bernardo de Clairvaux, citado por Piers Paul Read:
O Senhor do céu está perdendo sua terra, a terra na qual apareceu aos homens, na qual viveu entre os homens por mais de trinta anos (...). Sabe-se que vosso país é rico em homens jovens e vigorosos. O mundo está repleto de louvores a eles, e o renome de sua coragem está nos lábios de todos (...). Vós agora tendes uma causa pela qual podeis lutar sem pordes vossas almas em perigo; uma causa em que vencer é glorioso e pela qual morrer não é senão ganhar (...). Não percais esta oportunidade. Tomais o sinal da cruz. Imediatamente vós tereis indulgência de todos os pecados que confessardes com o coração contrito. Não vos custa muito comprar, e se a usardes com humildade, vereis que ela é o reino dos céus”. (pg.128).

Para lutar contra os incrédulos, os infiéis, os inimigos da verdade e do direito, os templários participavam da luta armada cotidiana na Terra Santa, em Jerusalém, na cidade sagrada para o judaísmo, cristianismo e o islamismo.
Após a decisão de entrar para a Ordem juravam submeter, conforme Piers Paul Read: “me submeto à mesma ordem de cavalaria de Deus e do Templo, a fim de servir como servo e irmão, embora indigno, e que todos os dias da minha vida possa eu merecer a indulgência de meus pecados e por herança com o eleito na eternidade” (p.120), entravam num esquema hierárquico, aos modos feudais, da trifuncionalidade, ou seja, eram divididos, conforme Alain Demurger, em: os que combatem (cavaleiros e sargentos), os que rezam (capelães), os que trabalham (irmãos de ofícios). Ele cita que há também os associados, pessoas que pediam para partilhar “do pão e da água” dos irmãos do Templo, numa espécie de ritual de entrada. Após a entrada o templário vai formar um par indissociável com seu cavalo.
Todos que entram para o Templo e se associam a ele acabam fazendo doações materiais – terras, dinheiro, objetos. Milhares de propriedades, grandes e pequenas, foram dadas à ordem, a principio na Inglaterra, França e Espanha, e depois na maior parte da Europa. Segundo Peter Partner, teve-se que organização para administrar esse enorme patrimônio e transferir dinheiro e suprimentos para a Terra Santa. Dessa forma, em pouco tempo a transferência de fundos dava à ordem um novo papel como banqueiro, não só de si mesma como de outros.
Mas em 1307, a Ordem, sofre uma acusação brutal pelo rei da França, Filipe, o Belo, que foi seguida de um processo iníquo e de sua extinção, em 1312. Segundo Piers Paul Read: “a ordem do templo tornou-se o bode expiatório de um conflito que estava além dela e foi exacerbado na França pela personalidade do rei e de seus conselheiros: o conflito entre um poder espiritual na defensiva e o Estado moderno que se afirma no Ocidente desde meados do século XIII”.
Nas primeiras horas da manhã de uma sexta-feira, do dia 13 de outubro de 1307, agentes do rei de França prenderam, por suspeita de heresia, todos os membros conhecidos da Ordem Templária. De acordo com o mandato real de prisão, citado por Peter Partner, “como bestas de carga privadas da razão, na verdade ultrapassando a irracionalidade das bestas em sua bestialidade, eles abandonaram a Deus, seu Criador, e sacrificaram aos demônios, e não a Deus” (pág 70).
O procedimento habitual era a prisão e custódia dos acusados por um tribunal eclesiástico, para fossem julgados segundo o direito canônico, e ao final desse julgamento a sua transferência, para serem castigados pelo braço secular, se esse fosse o veredicto. Conforme descrito por Peter Partner, as prisões foram efetuadas pelo rei, sendo o interrogatório entregue as mãos de seus funcionários reais, que utilizavam tortura física e mental. Ao primeiro estavam preparados para passar temporadas em prisões muçulmanas, mas por terem vivido num mundo fechado e isolado de um grupo militar de elite, tinham o apoio do resto da sociedade, gozavam de privilegio papal, da aprovação real e dos nobre, além dos laços de irmandade com um vasto setor da sociedade nobre, e até mesmo popular.
Eles foram terrivelmente torturados durante o interrogatório judicial, sendo alguns queimados vivos em sinal de intimidação para com os outros, levando-os a confessar. Ao termino de um curto período de crise (1307-1312), a Ordem dos Templários estava dissolvida para sempre.
O governo francês alegou zelo religioso para agir contra o Templo. Para Cristiano Spinola, político genovês, citado por Perter Partner, as verdadeiras razões do rei Filipe, eram de tomar-lhes o dinheiro e também de unir as duas ordens militares do Templo e do Hospital numa única, que seria controlada por alguém da família real francesa. Assim como Piers Paul, cita que, Dante Alighieri os teria julgado vítimas inocentes da cobiça do rei Filipe, ao passo que Raimundo Lúlio, o poeta, místico, missionário e teórico das cruzadas maiorquino, acabou por aceitar que as acusações feitas contra a Ordem do Templo eram verdadeiras, já a occulta philosophia, de Henrique Cornélio Agripa, dizia que os templários estavam associados com bruxas, e o pensador político francês Jean Bodin, cita-os, junto com Jesus, como exemplo de uma minoria vulnerável marginalizada e depois expropriada por um rei ganancioso. Com o advento do Iluminismo, século XVII, surgiu uma terceira concepção dos templários como nem cristão ortodoxos nem heréticos, mas antes como os sumos sacerdotes de uma religião antiga e oculta anterior ao nascimento de Cristo. Os principais agentes dessa metamorfose dos templários de história em mito foram os maçons, confrarias secretas comprometidas com o apoio mútuo, cujo deísmo impreciso tornou-as inimigas da Igreja Católica Romana.
O que sabemos é que os homens, a partir do século XVI, tiveram a tendência de sentir, em relação aos ideais cavalheirescos da Idade Média, um misto de simpatia e aversão. Essas idéias atraíram admiradores mesmo entre aqueles para quem o clericalismo da Idade Media era repugnante.
Para Partner, há duas maneiras muito diferentes de ver o “julgamento” e o fim dos templários: uma delas é política sendo então o julgamento parte da historia da conspiração e perseguição política, motivada por uma espécie de terror e de fascínio pela maneira brutal com que um governo absolutista pode arrancar confissões de crimes e conspirações inexistentes daqueles a quem querem submeter a uma pressão extrema. e do papado que desempenhou o papel de observador passivo, ou mais ou menos complacentes, durante a maior parte dos julgamentos dos templários, acrescentou uma pitada de anticlericalismo a historia; e por outro lado, muitos autores, desde o século XVI, negaram-se a atribuir aos templários o papel passivo de simples soldados-monges traídos e condenados pelo governo e pela Igreja a que serviam, por serem, segundo tais autores, magos instruídos, ricos e poderosos, não tanto por terem propriedades da Igreja, mas sim por controlarem conhecimentos e praticas ocultos.
Assim, após o julgamento, o concilio e promulgação da bula papal, deixava de existir a Ordem do Templo de Salomão, os templários, sendo seus bens passados a Ordem do Hospital, os hospitalários.
Mesmo de forma superficial, o presente, texto abrange um pouco da história dos templários, objetos de próximas aprofundações, do seu nascer a sua extinção. E desvenda a verdade por trás dos vários mitos criados em torno de si.


Bibliografia

DEMURGER, Alain. Os Templários: uma cavalaria cristã na Idade Média. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007.

PARTNER, Peter. O assassinato dos magos: os templários e seu mito. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

READ, Piers Paul. Os Templários. Rio de Janeiro: Imago Ed. 2001.

9 de mar. de 2011

24 de fev. de 2011

O paraíso no coração da América do Sul

Chapada dos Guimarães foi povoado pelos mesmos clã de bandeirantes Paulistas que chegaram as paragens de Cuiabá na busca de ouro e preá de índios para servirem de escravos.
Em 1751 o Governador Capitão General D. Antonio de Moura Tavares, mandou estabelecer um aldeiamento, onde fossem recolhidos os índios das diversas nações a fim de coibir as incursões contra os civilizados, surge o Adeiamento de Santana, com administração dos padres jesuítas.
Em 1769 é transformado em Sant'Ana de Chapada dosGuimarães, nome dado pelo então Governador Luiz Pinto de Souza Coutinho.






A natureza e as formações rochosas são os principais atrativos para quem visita Chapada. O relevo é considerado um dos mais antigos de todo o país e foi originado de abalos sísmicos ocorridos há mais de 500 milhões de anos atrás. Depois, foram recobertos por gelo, viraram fundo de mares antigos e finalmente, com a ajuda das chuvas e ventos, foram esculpidos até chegarem na forma atual.
Uma das atrações de Chapada é o lugar conhecido como Cachoeirinha, uma queda d’água de aproximadamente 15 metros formada pelo rio Coxipozinho (que depois forma o cartão-postal do Véu de Noiva), rodeada por uma pequena praia de areia e uma mata exuberante entre rochas. Facilmente acessível pela rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, paga-se para entrar no local.
Vale à pena conferir.


O entardecer no Zoológico da UFMT

O Zoológico de Cuiabá está localizado no Campus da Universidade Federal de Mato Grosso, entre as avenidas Fernando Côrrea da Costa e Arquimedes Pereira Lima (estrada do moinho).


Com uma área de 11 hectares, o Zoo abriga 469 animais, que incluem répteis, aves e mamíferos dos três ecossistemas regionais: Amazônia, Cerrado e Pantanal.
Segundo o site da UFMT - www.ufmt.br/institucional/reitoria/balanco_social/html/zoologico.htm - A grande maioria das espécies presentes no Zoológico está ameaçada de extinção.


Jacaré

Pôr-do-sol


Lobo Guará

Onça Parda

Garça Branca aninhando no entardecer














21 de fev. de 2011

Resumo: O saber histórico na sala de aula


BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexo, 2006.
O livro tem a proposta de contribuir para a necessária reflexão dos professores, pesquisadores e, no nosso caso, de alunos de graduação, acerca da reformulação das políticas públicas de educação e da disciplina de História no que tange a redefinição dos conteúdos e dos métodos de ensino.
São ensaios da própria Circe Bittencourt e dos professores Kátia Abud, Maria de Lourdes Monaco Janotti, Maria Auxiliadora Schmidt, Antonio Terra, Adriana Mortara Vasconcellos, Elias Thomé Saliba, Ricardo Oriá, Carlos Alberto Vesentini e Marcos Napolitano, referentes a duas temáticas: propostas curriculares e linguagens no ensino de história.
O livro apresenta-se como importante instrumento de apoio para os profissionais da área de educação na hora de elaborarem suas propostas de atividades. Numa linguagem clara e objetiva visando uma melhor compreensão das ideias e sugestões ali contidas.
O saber histórico na sala de aula dá continuidade e aprofunda uma discussão muita intensa que remonta aos anos 1970 e 1980 no Brasil sobre a necessidade de uma revisão nas práticas, métodos e conteúdos da história ensinada. Neste período percebemos uma maior abertura para questões ligadas à educação no país, especialmente após o fim da ditadura militar instaurada desde 1964. Se percorrermos as estantes e prateleiras de livrarias e bibliotecas, poderemos nos deparar com uma expressiva produção de livros e artigos em revistas especializadas sobre o assunto. O próprio livro em questão nos oferece exemplos na suas referências bibliográficas sobre esta produção com quem dialoga, contrapõe-se, complementa, polemiza, concorda em diversos aspectos.
A primeira parte - Propostas Curriculares - é composta pelos artigos Capitalismo e Cidadania nas atuais propostas curriculares de História, Currículos de História e políticas públicas: os programas de História do Brasil na escola secundária, História, política e ensino e A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula
Em Capitalismo e cidadania nas atuais propostas curriculares de História, Circe Bittencourt, faz uma análise das diferentes propostas curriculares já elaboradas no país entre 1990 e 1995, traz um breve histórico e características das propostas curriculares analisadas e vai articulado com as transformações políticas, sociais e culturais vividas pela sociedade brasileira nesse período. Bittencourt percebe uma mudança nos paradigmas no que tange o pensar a idéia de identidade nacional e cidadania no Brasil e sugere a enfase da ampliação do conceito de cidadania no interior das propostas curriculares de História.
No artigo, Currículo de História e políticas públicas, é elaborado um história da disciplina no Brasil desde os primórdios do Império, passando pela os vários momentos do regime republicano até chegar as recentes discussões sobre as reformas curriculares realizadas a partir de 1980.
No artigo História, Política e Ensino, alerta para necessidade de se repensar o papel dos conceitos de política, passado e memória dentro do ensino de História. Temas recentes da História Imediata, na sua leitura, são mais privilegiados e acatados do que o estudo dos acontecimentos passados por importantes setores da pesquisa e ensino, que pensam, dessa forma, “reagir contra o racionalismo positivista e marxista, ocultador das descontinuidades.
A segunda parte do livro – Linguagem e Ensino – é composta de sete ensaios que abordam os usos de diferentes fontes, métodos e linguagens no ensino de História. Devemos prestar especial atenção ao destaque dado pelos autores ao uso de fontes como livros didáticos, pinturas, objetos e artefatos, fotografias, programas de TV e filmes na sala de aula para a construção do conhecimento histórico.
Ela constitui belas propostas de trabalho que podem ser apropriadas de acordo com os interesses e necessidades de professores e alunos nas aulas de História.

17 de fev. de 2011

A Defesa

Corrêa Filho, Virgílio. A Defesa. Página 540-544. In: Corrêa Filho, Virgílio. História de Mato Grosso. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1969.

Segundo relatos do prof. Corrêa Filho, em 1º de janeiro de 1865 chega a Cuiabá a notícia da invasão das tropas paraguaias sob comando de Solano Lòpez ao território de Mato Grosso. No dia 7 com a chegada do vapor “Paranhos” tem-se a noticia da tomada de Corumbá e do vapor Anhambaí.
O terror tomou conta da capital, o Presidente da Província, aciona a Guarda Nacional e o povo cuiabano às armas. O Corpo de Voluntários Cuiabanos, com os reforços do 1º Batalhão dos Nacionais e pelo 2º, 3º e 4º, determinou que fortificasse a colina do Melgaço, sob o comando do Coronel Hermenegildo Pôrto Carreiro.
Como já circulava navios paraguaios pela Barra do Cuiabá, reúne Pôrto Carreiro, Comandante da Expedição, o Conselho de Oficiais, que opinam pelo abandono de Melgaço e o regresso à Cuiabá. O ato correspondia a confissão prévia da derreta, sem luta, como em Corumbá.
O Presidente nomeia Augusto Leverger como Comandante Superior de toda Guarda Nacional da Província de Mato Grosso, que ao encontrar as força embarcada assumiu o comando e num gesto de confiabilidade convoca os soldados:
marchemos, senhores, a guarnecer o ponto abandonado e quando não possamos impedir a passagem do inimigo, que ao menos façamos conhecer que protestamos por meio da artilharia. Que me acompanhe quem quiser.
Com a adesão da grande maioria, partem no vapor “Cuiabá”. Conseguiu animar os homens e dissipar a insegurança da capital. Quando da normalizada a situação, solicitou dispensa dos cargos e na sua volta, foi recebido com louvores pela população cuiabana.
Foi levado ao posto de Presidente pela Carta Imperial de 2 de outubro, passando por dificuldades em repor os armazéns.

16 de fev. de 2011

As Identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC


José Carlos Reis, em seu livro As Identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC ressalta a importância e a contribuição de cada historiador e pensador social na descoberta e na formação das identidades do Brasil, analisadas dentro do tempo em que suas idéias foram concebidas, contribuindo para apertar os laços com uma tradição rica porém relegada em favor da cultura up to date. São esses historiadores que traçaram, ou melhor seria dizer que inventaram, as identidades do Brasil e consequentemente orientaram os brasileiros em suas opções de auto identificação e auto representação.
O tempo, de aula, não nos foi suficiente para refazer os 120 anos abordados por Reis em As Identidades do Brasil, a viagem teve que ser um pouco mais curta e a apreciação ficou por conta dos: Anos 1850: Varnhagen: O elogio da colonização portuguesa; Anos 1930: Gilberto Freyre: O relógio da colonização portuguesa; Anos 1900: Capistrano de Abreu: O surgimento de um povo novo: o brasileiro; e, Anos 1930: Sérgio Buarque de Holanda: A superação das raízes ibéricas.
Varnhagen e Gilberto Freyre trabalham na identificação das forças que reproduziram e renovaram a dependência com os descobridores (portugueses), já Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda trabalharam as forças que produziram a autonomia e a emancipação brasileira. Duas correntes de pensamento, uma positivista e outra marxista, nos permite ressaltar a complexidade historiográfica brasileira ao mesmo tempo que nos ajudam a ver uma sociedade colonial numa perspectiva ampla através de objetos, fatos e fontes.
No período de independência política o imperador precisava muito da história e dos historiadores e assim criou o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB em 1838/39, que até 1931/33 foi o único centro de estudos históricos do Brasil. Essa necessidade era advinda da necessidade de legitimar o poder. Era preciso 'dar' um passado a nação independente no qual era pudesse orgulhar-se e ter confiança para avançar no futuro. Nesse processo tornou preciso encontrar referências luso-brasileiras para tornar-se modelos para as futuras gerações. (Reis, 2001:25).
Desse modo o IHGB teria a tarefa de, segundo Reis, situar as cidades, relevos, hidrografias, fauna e flora, riquezas minerais, céu, clima, além dos limites do território, na área geográfica e na área histórica, eternizar fatos memoráveis da pátria e salvar do esquecimento os nomes dos seus melhores filhos, através de publicações, estudos e relacionamento com outras instituições congêneres. (Reis, 2001:26).
Em seu livro As identidades do Brasil de Varnhagen a FHC, Reis afirma que a proposta de síntese da história do Brasil não foi realizada, contudo, por Karl Philipp von Martius, botânico e viajante alemão, vencedor do prêmio estabelecido em 1840, pelo IHGB, para quem elaborasse o melhor plano para a escrita da história do Brasil, com a monografia Como se deve escrever a história do Brasil, publicada na Revista do IHGB, em 1845. Em linhas gerais von Martius escreveu que a identidade brasileira deveria ser buscada na mescla de raças, onde o português foi o conquistador e senhor, o inventor e motor e aventureiro; os indígenas também foi dado ênfase; ao negro, foi breve, deixada a dúvida se o Brasil “teria tido um desenvolvimento diferente sem a introdução dos negros escravos?”. Após von Martius todas as respostas foram negativas até a publicação de Casa grande & Senzala, de Gilberto Freyre em 1933 (Reis, 2001:27).
Voltando em Von Martius e em Como se deve escrever a história do Brasil, onde ele considera que o historiador do Brasil deveria fazer uma história da unidade brasileira, centralizada no Imperador, enfatizando a unidade em todos os aspectos – usos e costumes, climas, atividades econômicas entre outras. Ele também propõe que se faça histórias regionais centralizadas. E para auxiliar nesse processo era primordial viajar pelo Brasil, conhecer as províncias assim “seu texto deverá ser patriótico, despertando o amor ao Brasil”. Mas diante da enormidade do trabalho Von Martius não levou seu projeto adiante, essa tarefa coube a Francisco Adolfo de Varnhagen (Reis, 2001:28).
Varnhagen é Filho de engenheiro alemão e mãe portuguesa, Varnhagen (1816 - 1878) foi para Portugal ainda criança. Ao regressar para o Brasil, e com a coroação de Dom Pedro II, adotou a nacionalidade brasileira. Segundo Reis, Varnhagen é considerado o “Heródoto brasileiro” e nessa condição o fundador da história do Brasil, com o livro História geral do Brasil de 1850, onde refletia uma preocupação com a documentação sobre o passado brasileiro (Reis, 2001:23).
Varnhagen por frequentar os arquivos dos lugares que passava foi o iniciador da pesquisa metódica e nos arquivos estrangeiros encontrou e elaborou inúmeros documentos relativos ao Brasil. Por viver muito tempo no exterior se empenhou com obstinação na escrita da história do Brasil, mas quanto à sua formação historiográfica, teria sido mais um autodidata. (Reis, 2001:24).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

REIS, José Carlos. Anos 1850: Varnhagen. O elogio da colonização portuguesa. In: REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen à FHC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2001. p. 22-50.
REIS, José Carlos. Anos 1930: Gilberto Freyre. O relógio da colonização portuguesa. In: REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen à FHC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2001. p. 51-82.
REIS, José Carlos. Anos 11900: Capistrano de Abreu. O surgimento de um povo novo: o brasileiro. In: REIS, José Carlos. "As identidades do Brasil: de Varnhagen à FHC". Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2007. p. 85-114.
REIS, José Carlos. Anos 1930: Sérgio Buarque de Holanda. A Superação das raízes ibéricas. In: REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen à FHC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2007. p. 115-143.

9 de fev. de 2011

A coroa do mundo: religião, território e territorialidade Chiquitano

Resenha apresentada para conclusão da disciplina de América I, ministrada pelo prof. Dr. Ernesto Sena, pela aluna Kelly Lohnhoff de Souza:

Moreira da Costa, José Eduardo Fernandes. A coroa do mundo: religião, território e territorialidade Chiquitano. Editora da UFMT, 2006.


Já no prefacio do livro, Jürgen Riester, diz 2.500 chiquitano “tienen como morada el território brasileiro” (pág. 13).
Esse levantamento dos chiquitano foi possível somente pelo Estudo de Impacto Ambiental – EIA quando da construção do gasoduto Bolívia-Mato Grosso, que mostrou uma população significativa desse povo.
O autor utiliza o significado de Parejas Moreno e Sales (1192, p. 313), que chamaria de “Chiquitanos a todos los indígenas del continente admitidos em la comunidad de la província de Chiquitos” e explica que a grafia no singular é consequência da primeira reunião da Associação Brasileira de Antropologia – ABA, realizada em 1953 no Rio de Janeiro e publicada na Revista Antropologia, Vol. 2, nº 2 em dezembro de 1954.
Com o reconhecimento étnico promovido pela FUNAI – Fundação Nacional do Índio – em 1999, foram incluídos nas diversas ações do governo, seja de assistência na área da saúde e educação, ou com programas estratégicos, tais como o BID Pantanal, o Sistema de Vigilância da Amazônia – SIVAM e o Projeto de Segurança Integrado da Região da Fronteira Oeste.
Eles estão localizados em uma região compreendida pelos paralelos 15º e 16º30’ de latitude sul e os meridianos 57º30’ e 60º30’ de longitude oeste de Greenwich, situada no extremo oeste de Mato Grosso, entre os municípios de Cáceres, Porto Esperidião, Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade.
Em 1691, com incentivo do governo de Santa Cruz de la Sierra, os padres inacianos fundaram varias missões religiosas nas Províncias de Chiquitos: San Xavier, San Rafael, San José, San Juan Bautista, Concepción, San Miguel, San Ignácio de Zamucos, San Inácio, Santiago, Santa Ana e Santo Corazón. Ali se reuniam diversas etnias: Pinocas, Taus, Boros, Petas, Chiquitos, Guarayos, Saravecas, Kuruminacas, Otuques, Zamucos, Manacicas, Tapis, Potororos entre outras.
As missões eram dirigidas por jesuítas encarregados das atividades espirituais e materiais, que contavam com uma espécie de gabinete, o Cabildo Indígena, composto por caciques para auxiliar. Os índios deveriam cumprir com obrigações religiosas e produtivas para a própria subsistência e para o comercio cm o Ocidente andino, em caso de desobediência, a mesma era punida severamente com castigos corporais e prisões.
Após o Tratado de Madri, em 1750, foi estabelecida uma política de povoamento da fronteira, inclusive com a distribuição de sesmarias e o deslocamento das pessoas para a fronteira da Capitania de Mato Grosso com a Província de Chiquitos. Mas para a posse da terra era necessária mão-de-obra, assim os índios foram acolhidos para fomentar a produção de gêneros alimentícios e fornecer braços para a ocupação portuguesa.
Em 1850 com a promulgação da Lei de Terras, além da definição dos limites da Província de Mato Grosso, intensificaram a ocupação das terras dos índios Chiquitano na faixa de fronteira, utilizando sua mão-de-obra, através de serviços forçados, em geral.
Na década de 1970, com o Estatuto da Terra e a chegada do Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA - fomentam a regularização fundiária e expropriam os índios chiquitos, jogada a própria sorte, as famílias nucleares construírem novas moradas nos lotes destinados pelo INCRA, ou foram sendo diluídas e seus membros dispersos.
Diante da segregação imposta, passaram a ser denominados com adjetivos pejorativos, tais como bugres, preferiam ocultar a identidade indígena, a língua e suas próprias raízes históricas e culturais, e todos vestígios que fizessem com que deixassem de serem percebidos como cidadãos brasileiros.
Nesse sentido, o autor, focou sua pesquisa, em uma analise que aproxime o cotidiano d grupo de Chiquitano no Brasil de um panorama etnogeográfico. Sendo o título A Cora do Mundo, gestado a partir da percepção do líder espiritual Chiquitano, Lourenço Rupe, referindo a antiga Missão de Santa Ana como a coroa do mundo, o centro de referencia histórico-cultural de sua religiosidade.
Ao trazer a etnia para o centro da análise geográfica, o vinculo com a terra informa sobre o grupo, compõe sua identidade e traduz sua trajetória assinala, marcos, limites, percursos dos antepassados, divergências internas e tantos outros marcos seja em relação à natureza, seu modo de habitat.
Através da Geografia Cultural percebe-se que as manifestações culturais como as cerimônias religiosas indicam, entre outras coisas, a realização da sociedade em reconhecer em seu território os laços que os unem e sua identidade cultural. Assim, as romarias dos Chiquitano possibilitam romper fronteiras, percorrendo territórios construindo e reforçando o arco de aliança, congregando pessoas, visitando casas, chácaras e sítios.
O autor tenta estabelecer a relação entre religião, território e território como objeto de analise proposto, em que o espaço sagrado reflete valores culturais e históricos, remontando a trajetória do grupo também dentro do contexto da Geografia Política, descortinando o território Chiquitano, com suas formas variadas, com suas contradições e uma superposição de diversos territórios.
Para o autor, o espaço não guarda apenas a historia, mas a condição para a sua realização, produzindo combinações especifica. Assim, o seu estudo procura abordar seu objeto através de diferentes perspectivas, intecionando compor uma visão-sintese da questão, através da produção acadêmica da geografia e das ciências sociais, conceptualizando a territorialidade dos Chiquitano, vinculada a uma dimensão histórica e simbólico-cultural.
O autor escolheu a procissão de Santa Ana como objeto de pesquisa a ser priorizado devido ao fato de ser uma das principais manifestações da religiosidade Chiquitano, dura cerca de 60 dias de peregrinação entre fazendas e aldeias, por um extenso percurso de aproximadamente 400 km de caminhada. O trabalho de campo foi realizado durante o ano de 2003, pautado por entrevistas abertas e dirigidas aos índios, dirigentes eclesiásticos, funcionários de prefeituras, gerentes de hotéis, fazendeiros, militares, membros de associações civis, vendedores ambulantes e comerciantes locais.
No subtítulo A Formação do Território Chiquitano, o autor passa abordar a busca pelo El Dourado, e a fundação do Puerto de los Reys na região do alto Paraguai, por Domingos Martinez de Irala, onde negociou com os índios Xarayes a obtenção de informações seguras e apoio para penetrar rumo ao oriente. Por volta de 1547, o capitão Irala, em companhia de Nuflo de Chaves, percorre esse caminho e cruzam os territórios dos Mbayás, Chanés, Toyanas, Payonos, Mayákenos, Moronos, Pornis, Simenos, Guorkonos, Karkonos, Siberis, Paysunos, Gorgotis, para assim atingir o rio Guapay ou grande, morada dos Tamakosis.
Nessa expedição eles cruzaram com índios que dominavam o idioma castelhano e perceberam que a região estava sendo também explorada pelo vice-reinado do Peru. Em meio a estabelecer no caminho entre Assunção e Lima, Nuflo, funda, em 1559, Nueva Asuncion, a primeira povoação no território Chiquito.
Nuflo de Chaves utilizando habilidades persuasivas e da relação de parentesco de sua esposa com o vice-rei do Peru, pois fim da disputa de terras entre Paraguai e Peru, voltou a Lima como tenente-general do governo de Moxo, expulsa o capitão Manso de La Barranca e subjuga os índios Tamakosis e os Gorgatokis, instalando Santa Cruz de La Sierra em fevereiro de 1561, dois séculos depois, a Missão de San José dos Chiquitos.
Ao explorar as possíveis riquezas da Província de Moxos, estabeleceu numerosas encomiendas submetendo milhares de índios de diferentes etnias ao regime forçado, trabalhando na encomienda originária onde eram submetidos a trabalhos realizados diretamente nas casas e fazendas, pelos serviços domésticos e trabalhos agrícolas, muitas vezes as índias eram tomadas como concubinas e na encomienda mitaya onde era permitido aos índios viverem em suas terras originárias, porem, obrigados a trabalhar regularmente nas propriedades dos encomienderos.
Sendo que os assaltos constantes praticados pelos indígenas serviram como mais um motivo para que os espanhóis escravizassem e os vendesse no altiplano, isso com o respaldo do governo da província. Nesse interir, os espanhóis já haviam descoberto um antídoto para o veneno das flechas dos Chiquitos, que começavam a travar batalhas com os mamelucos, os bandeirantes brasileiros.
Como os mamelucos tornaram-se oponentes dos Chiquitos, estes se apresentaram como aliados estratégicos na defesa do espaço colonial, capazes de obstar uma possível expansão dos domínios portugueses.
Assim, evangelizar e armar os índios Chiquitos passou a nortear a política de defesa do território que culminou na organização das reduções como forma de conter a ação dos invasores.
Em 1635 na Audiência de Charcas é autorizada a conquista espiritual dos índios pelos jesuítas, que iniciam em 1668 as primeiras missões em Mojos y Chiquitos.
A entrada efetiva da Companhia de Jesus na Província de Chiquitos por um lado desagradava a maioria da população de Santa Cruz que via aí um obstáculo ao trafico indígena e por outro lado os que acalentavam a ilusão de alcançarem a Província de Moxos.
As missões apresentavam, antes de tudo, como um reduto seguro. E assim foram sendo fundadas: em 1691 San Francisco Javier, em 1696 San Rafael, em 1721 San Miguel, em 1755 Santa Ana.
O trabalho de redução dos índios era de uma enorme complexidade e realizado em circunstancia de extremo risco, sendo que o missionário deveria ser dotado de fé e motivação inquebrantáveis. Eles respondiam a autoridade do Governo e do Bispado de Santa Cruz, sendo, contudo, regidas por uma legislação específica, a Recopilacion de las Leys de Índias, de 1680.
Para o autor, a complexidade da tarefa missioneira não era apenas de superar a barreira da língua, mas também de contornar o raciocínio lógico dos índios. Assim, os missionários, inicialmente eram obrigados a tolerarem e a dedicarem um aspecto exterior da doutrina cristã como forma de incorporar os índios gradativamente ao cristianismo.
As concepções do sagrado aproximavam mais as religiões indígenas entre si do que estas com a teologia cristã, que era operada com elementos estranhos à realidade local. Fazendo com que o xamanismo sobrevivesse como ato secreto, destinado à satisfação dos interesses individuais e de reconhecida importância terapêutica.
A religião cristã, e aqui o autor cita Jürgen Riester (1986), sob a ótica indígena, era povoada por personagens distantes de um mundo intangível, diante da concretude local, e repleta de historias de personagens capazes de realizarem proezas fantasiosas de difícil reprodução.
Em outro aspecto, o autor, diz que os índios estavam integrados à propriedade coletiva, o sistema missional contava também com uma rede de estâncias, como uma maneira de superar as longas distancias entre os povoados, além de abastecer de carne e animais de transporte pessoal e de carga.
Em terras brasilis, no inicio do século XVIII, bandeirantes descobrem ouro em terras dos índios Coxiponé, fundando em 1719 o Arraial do Bom Jesus de Cuyabá, um pólo minerador em um dos afluentes do Alto Paraguai.
Com a ocupação luso-brasileira se estendendo até o território de Cuyabá, do Solimões ao rio Grande de São Pedro, instalou-se uma tensão entre espanhóis e portugueses.
Dom João V contratou em 1722 dois padres matemáticos da Companhia de Jesus para fazerem observações e mapas do Brasil e dos seus sertões estabelecidos em território reservado à Espanha.
Cuiabá e as minas de Mato grosso, aqui como fonte o autor cita Cortesão (2001, p.148-150), começava a se configurar como centros formadores de fronteira. E dessa forma, a metrópole necessitava assegurar definitivamente a comunicação do rio Guaporé com o rio Jauru, este afluente ocidente do Alto Paraguai.
Ocorre que para chegar nas minas de Cuiabá era necessário adentrar profundamente em terras ditas como castelhanas, atravessando diversos territórios indígenas.
Criou-se a Capitania de Mato Grosso em 1748 tendo Vila Bela da Santíssima Trindade como sede, em 1752, o que assegurava as possessões a Portugal.
Com a expulsão dos jesuítas das Missões Espanholas e a substituição pelos padres seculares que passaram a permitir a utilização da mão-de-obra indígena pelos encomendeiros. Levaram os índios a procurarem abrigo em território português contra as perseguições dos novos patrões e atraídos pelas benesses da Coroa Portuguesa – os aldeamentos de índios na beira do rio Barbado e as fazenda de gado (Nacional da Caiçara e Caité).
O major Frederico Rondon, citado pelo autor, sinaliza a transferência dos índios da Província de Moxos para Casalvasco em 1783. Ela era constituída por extensas terras, abrangendo todo o vale do rio dos Barbados e do rio Alegre.
No capitulo sobre a Coroa do Mundo, o autor, diz que a Missão de Santa Ana, por ter sido alçada à sede do governo da antiga Província de Chiquitos, pode contar mais regularmente com os serviços religiosos das curas seculares, constituindo-se em uma referencia regional, inclusive contando com prestigio político e religioso, como núcleo do poder e convergência de pessoas e decisões.
Anualmente uma procissão sai de Santa Ana em direção à fronteira do Brasil. Esses pequenos grupos de missioneiros carregam a imagem da santa padroeira da missão e no transcorrer da procissão vai agregando temporariamente novos devotos.
O itinerário da peregrinação são previamente discutido e estabelecido com base na trajetória da viagem anterior. O tempo de permanecia é de um a três dias no seio das comunidades. Escolhem a casa em que a santa fará noite e onde serão acolhidos e alimentados. Visitam as casas, orando pela saúde e prosperidade dos moradores e recolhem dinheiro e donativos. Visitam também cemitérios para rezarem pelas almas dos que já faleceram.
Eles iniciam o percurso pelas comunidades e propriedades rurais localizadas na Bolívia, depois passam a visitar as situadas exclusivamente em solo brasileiro e novamente atravessam a fronteira e retornam para Santa Ana.
No Brasil um dos locais visitados, em 2003, é a Comunidade de Santa Mônica, próxima à fronteira com a Bolívia, junto ao Destacamento Militar de São Simão. O autor diz que durante muito tempo, a peregrinação se estendeu até a comunidade de Fortuna e outros núcleos populacionais Chiquitano.
No texto A espera da santa, o autor, descreve o amanhecer na cidade de Santa Mônica e a preparação da chicha, uma espécie de cerveja apreciada pelos índios, descrevem o funcionamento da aldeias, os casamentos.
Na parte que descreve O espaço sagrado e profano é descrito a festa, o comercio, a agitação dos romeiros, descreve a Igreja de Santa Ana com suas características especiais com um suave brilho resplandecente quando, sob a luz solar, devido ao uso de mica em sua decoração.
O espaço sagrado é o lugar onde se encontra a imagem da santa, onde a simbologia e os ritos mágico-religiosos possibilitam a ligação entre o Chiquitano e o divino; já o profano é compreendido pela área externa da igreja, onde está reservado ao comercio, ao lazer e à habitação.
Moreira da Costa destaca que “o ritual católico não impediu os Chiquitano de acomodar a religiosidade indígena pré-jesuítica”, prosseguindo diz que “terminada a cerimônia, se despedem da santa e seguem para o prédio oficial do Cabildo (...) ao som da música Chiquitano, bebem chicha e dançam”.
A revelação trazida pela fé crista aparentemente, diz Moreira da Costa, não destruiu os significados pré-jesuíticos da simbologia indígena, acrescentando um novo valor. A oblação da chicha é parte de sua tradição mais viva, com força suficiente para resistir no âmago de cada um e nas representações coletivas.
A festa de Santa Ana, entre outros significados, indica a realização da sociedade (índios e não-índios) no reconhecer não só a sua própria humanidade, mas também os laços que nos une.
Para Moreira da Costa, a restauração das antigas missões de Chiquitos e a sua declaração pela UNESCO de Patrimônio Cultural da Humanidade, cujo conteúdo simbólico-cultural é alimentado pelas festas religiosas e procissões, constituiu em um importe evento na vida de Chiquitos. Para Moreira da Costa marca o inicio de um processo de revitalização do território Chiquitano.

8 de fev. de 2011

CATIVOS DO SERTÃO: VIDA COTIDIANA E ESCRAVIDÃO EM CUIABÁ: 1850/1888 DE LUIZA RIOS RICCI VOLPATO

INTRODUÇÃO
A partir da documentação produzida pelos órgãos oficiais do governo que se encontram no Arquivo Público de Mato Grosso é possível levantar diversas informações a respeito do viver em Cuiabá, especialmente, no caso, dos cativos (escravos), no período de 1850 a 1888. Período esse coincide com a proibição do tráfico negreiro (1850) e a libertação dos escravos no Brasil (1888).
Busca-se resgatar informações sobre o cotidiano dos escravos e o processo de transformações vivido pela sociedade cuiabana, vincula-se ao desejo de desvendar as alterações escravistas, elucidando as alianças e os confrontos possíveis nesse universo de relações humanas.

JUSTIFICATIVA
O trabalho busca pensar o cativo como ser humano no espaço do dia-a-dia, tomando atitudes próprias do indivíduo e lutando contra a sua coisificação, buscando adentrar na intimidade das relações humanas, na tentativa de resgatar como os homens comuns, sujeitos da história, viveram e perceberam sua existência.
O estudo do cotidiano procura desvendar estas relações numa tentativa de recuperar elementos que permitam recompor as tramas e os emaranhados que caracterizam a história social.

OBJETIVOS
Os objetivos da proposta é estudar a vida cotidiana dos escravos e através dela perceber nas relações próprias do dia-a-dia sua luta e resistência diante da escravidão.

QUADRO TEÓRICO
O estudo do cotidiano dos escravos foi aberto no Brasil pelo livro de Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala, que busca através da análise das relações senhor/escravo comprovar a docilidade da escravidão brasileira, germe da democracia, racial imperante no país. Vários trabalhos foram elaborados pra refutar as ideias de Freyre.
O historiador norte-americano, Eugene Genovese, através do livro A terra prometida, destacou a importância do papel desempenhado pelos processos de acomodação, bem como pelos mecanismos sutis de cooptação, os quais não deixaram de existir, embora o sistema de dominação se desse pela coerção.
Tanto os estudos de Eugene Genovese como de outros historiadores brasileiros buscam trazer à luz novos esclarecimentos sobre a escravidão no Brasil, em especial numa cidade pouco populosa, distante dos grandes centros e dos principais mercados, em uma região de fronteira, com grande número de soldados e ex-soldados fazendo parte de sua camada popular.
Nesse contexto ocorre a preocupação deste estudo recuperar dados sobre a forma de vida dos cativos de uma região pobre do Brasil, que faziam parte de plantéis pequenos, podendo por esta razão ser conhecidos e identificados pelo nome, não só pelos seus senhores, mas também por outras pessoas que viviam na região, eliminando assim uma forma de camuflagem do escravo, que era o anonimato.

FONTES
A principal documentação a ser utilizada será advinda de fonte oficial, que faz parte do acervo do Arquivo Público Estadual de Mato Grosso: relatórios produzidos por diversas autoridades provinciais e correspondências trocadas entre elas. Será utilizada também textos jornalísticos, a partir da década de 1860, de periódicos locais ligados ao governo provincial.
Além da documentação do Arquivo Histórico do Cartório do 2º Ofício, cartas de liberdade do trabalho, contratos de quartamento – que permitiam ao escravo pagar sua carta de alforria parceladamente.

BIBLIOGRAFIA
VOLPATO, Luiza Rios Ricci. Cativos do Sertão: vida cotidiana e escravidão em Cuiabá: 1850/188. Editora da Universidade Federal de Mato Grosso: Cuiabá,MT, 1993.

2 de fev. de 2011

27 de jan. de 2011

Relatório da apresentação sobre Epidemia e Sanitarização: O cemitério do Cai-Cai em Cuiabá(1867)

Na noite do dia 2 de dezembro de 2010 assistimos, eu e a turma do 3º ano da Faculdade de História, a apresentação final do graduando Weverton Ribeiro dos Santos, cujo título é Epidemia e Sanitarização: O cemitério do Cai-Cai em Cuiabá(1867), orientado pela prof. Ms. Marlene Menezes, cuja banca foi formada pelo prof. Ms. Heleno Braz do Nascimento, cuja tese dissertativa de mestrado foi a respeito da Lepra, e a profª. Ms. Maria Aparecida Borges de Barros Rocha, que trabalha sobre a secularização dos cemitérios em Cuiabá.
O aluno trabalhou o recorte temporal de 1867, ano do surto da varíola em Mato Grosso, utilizando como baliza a guerra do Paraguai, cujo inicio ocorreu em 1º de dezembro de 1864, conhecida como Guerra da Tríplice Aliança, que envolvia de um lado Brasil, Argentina e Uruguai e de outro o Paraguai. Segundo o aluno com a nova historiografia sobre o assunto, todos os países passam a ser igualitários, não mais vítimas e algozes. Mato Grosso, na época incluindo a região que hoje é Mato Grosso do Sul, detinha uma extensa fronteira, assim muitos matogrossenses foram voluntários nessa luta.
Com a retomada de Corumbá, hoje pertencente à Mato Grosso do Sul, voltaram os soldados para Cuiabá, levando consigo, uma doença, a varíola, que foi denominada por muitos, conforme palavras da profª. Luiza Volpatto, como Apocalipse Cuiabano.
A autores, como Moutinho, que dizem que 1/3 da população perderam a vida ou que nenhuma casa passou sem ter perdido uma única vida.
Em 08/08/1967 é inaugurado o Cemitério de Nossa Senhora do Carmo, conhecido como Cemitério do Cai-Cai, devido a região ser conhecida assim, para receber os mortos da varíola e por estar ocorrendo no Brasil a discussão sobre higienização com a retirada dos enterros da Igreja para o Cemitério, denominada de secularização. O Cemitério de Nossa Senhora da Piedade ainda era considerado um Campo Santo porque fora benzido pelos padres.
O graduando trás uma informação, que muito me chama a atenção, de que fora proibido o cortejo fúnebre e que os mortos tinham que ser enterrados rapidamente, só não citou o documento do qual extraiu tal informação. Ela vem a ser relevante para mim devido ao meu objeto de pesquisa ser justamente os ritos fúnebres e as práticas de enterramento durante a Guerra do Paraguai.
Em resposta as indagações de sua pesquisa, ele nos aponta três teses sobre a construção dos cemitérios, sendo um lugar para receber os corpos; como prática sanitarista; e, como memória dos heróis da Guerra.
O referido aluno foi aprovado e tornou-se graduado e com isso a titulação de professor e historiador.
Talvez como sugestão, por assuntos que pesquiso, ele poderia ter usado:
BASTOS, Augusto Roa et al. O livro da Guerra Grande: quatro escritores Latino-Americanos e a Guerra do Paraguai. Record, Rio de Janeiro, 2002.
CHIAVENATTO, Julio José. voluntários da pátria (e outros mitos). Global: São Paulo, 1983.
RODRIGUES, Claudia. Lugares dos mortos na cidade dos vivos: tradições e transformações fúnebres no Rio de Janeiro. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 1997.
RODRIGUES, Claudia. Nas fronteiras do alem: a secularização da morte no Rio de Janeiro (séculos XVIII-XIX). Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, 2005.

Resumo: O que e como ensinar: Por uma história prazerosa e conseqüente

Pinky, Jaime e Carla Bassanezi Pinky. O que e como ensinar: Por uma história prazerosa e conseqüente. In Karnal, Leandro (org). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2007.

Para Pinky e Pinky as mudanças políticas e econômicas ocorridas no final do século XX, a difusão das novas tecnologias globais, causa perplexidade e duvidas da eficácia educacional dos livros e a utilidade dos professores como agentes de ensino e consequentemente das propostas curriculares ligadas às realidades nacional e local.
Os autores vêm com ceticismos que os alunos troquem a investigação bibliográfica por informações superficiais dos sites de pesquisa, em uma substituição do livro quando deveria ser um complemento.
Para eles o desafio é desenvolver uma prática de ensino de História adequada aos novos tempos e também a esses novos alunos, onde tenhamos um conteúdo rico, socialmente responsável e sem o professor passar por ingênuo ou nostálgico. Para Pinky e Pinsky a história é referência. É preciso, portanto, que seja bem ensinada. (Pinky, 2007, 19). E a informática e a internet facilitam a parte mecânica do trabalho de investigação.
Os autores fazem criticas ao abandono se certos conteúdos em sala de aula, em especial os conteúdos dos séculos anteriores ao século XIX, porque escrevemos poesia sublime, teatro envolvente e romances maravilhosos. Criamos deuses e categorias do pensamento complexos para compreender o que nos cerca (Pinky, 2007, 19). O aluno deve perceber-se com sujeito histórico.
E nesse ponto o papel do professor de história é o de se concientizar de sua responsabilidade social perante esses sujeitos históricos e ajudá-los a compreender e melhorar o mundo em que vivem. E para isso mais do que o livro, esse professor precisa ter conteúdo, precisa ser um assíduo leitor, pesquisador, motivador, que tome as questões sociais e culturais como referência das problemáticas humanas e trabalhe temas ligados a desigualdades sociais, raciais, sexuais, diferenças culturais, sem entretanto distorcer o acontecido.
E nesse universo despertar o interesse do aluno com demonstração na atualidade de coisas cronologicamente remotas como a situação das mulheres na Idade Média, a insatisfação dos plebeus na Roma Antiga, as aspirações ambíguas dos burgueses no século XVIII, conceitos de democracia, cidadania, práticas como a manifestação da religiosidade, reconheçam o preconceito, até mesmo o uso e abuso da história a longo do tempo como poder emanado por grupos políticos, nações e facções.
Para vencer esses novos desafios, Pinky e Pinky, sugerem o trabalho integrado entre a História social e a História das Mentalidades e do Cotidiano, onde a primeira buscaria a percepção das relações sociais a outra privilegiaria cortes temáticos. Para que o aluno possa sentir a História como algo próximo a ele.
E nesse sentido se faz necessário ao montarmos um curso a seleção de conteúdos, onde eles dão vários exemplos de abordagem de conteúdo. Entretanto eles fazem um alerta
que o abandono da diacronia, da idéia de processo, pode transformar o conhecimento histórico numa sabedoria de almanaque mal digerida, em que acontecimentos, instituições e movimentos ocorrem do nada para o nada (Pinky, 2007:35).
Os autores também afirmam que é preciso que se volte os livros, porque só após a leitura é que ilustrações computadorizadas ou filmadas podem fazer algum sentido, bem como só podemos debater idéias se antes as tivermos.


18 de jan. de 2011