17 de ago. de 2008

Um torrão ou dois?


O café já era conhecido dos povos árabes e etíopes há muito tempo e sempre foi cercado de lendas e misticismo. Até que o Papa Clemente VIII declarou que o cafezinho, uma bebida tão deliciosa, não poderia ser obra senão de Deus. Dito isso, benzeu-a e tornou-a oficialmente uma bebida cristã.
Nativo dos planaltos da Etiópia, da região de Kafta (outra origem para o nome) era usado como alimento, em uma espécie de paçoca feita com as frutas, sementes e gordura animal.
Mais tarde, essa planta, atravessaria oceanos e encontraria seu lar em certo país ainda por ser descoberto: Brasil.
País que teve sua história, em grande parte, alterada pelo cultivo dessa fruta, e a vida de muita gente nascida fora do Brasil também.
O cultivo intensivo e econômico começou no Rio de Janeiro, no final do século XVIII, sendo deslocado em direção à Província de São Paulo, através da derrubada da mata virgem, a limpa e preparação do terreno, o plantio do café e a formação dos arbustos, dali a 4 a 6 anos. Durante esse deslocamento do café pelo Vale do Paraíba para a região Central, deu-se o fim do tráfico de escravos. Começaram as primeiras tentativas de substituições dos escravos por trabalhadores imigrantes, dentro das próprias fazendas.
O slogan que orientava a política de imigração para São Paulo era: “Braços para a Lavoura”.
Em dezembro de 1881, a Assembléia Provincial de São Paulo, planejou a construção de uma hospedaria para receber os imigrantes, o serviço ficou encarregado por Nicolau de Souza Queiroz, que adquiriu um prédio no bairro do Bom Retiro, em março de 1885, após um aporte de 100.000 mil-réis para a construção de uma nova hospedaria, começa o projeto da Hospedaria dos Imigrantes, finalizado em 1888, com capacidade para 4 mil pessoas.
Martinho Prado Júnior e seu irmão, Antônio, foram os primeiros a experimentar o trabalho livre europeu no início da década de 1870.
Na Fazenda Ibicaba, Limieira-SP, teve início um experimento de colonização conduzido pelo senador Nicolau Vergueiro, senador do Império. Entretanto o tratamento que os colonos suíços receberam na sua fazenda provocou uma revolta sob a liderança de um mestre-escola chamado Thomas Davatz.
Após o incidente, o governo tentou resolver a questão da imigração por meio do desenvolvimento de um programa de colonização oficial. Em 1877 assentou centenas de imigrantes italianos em quatro núcleos coloniais nos arredores de São Paulo. Esse regime ficou conhecido como colonato, que deriva dos primeiros planos para substituir os escravos através de programas de colonização, assim os imigrantes passaram a ser conhecidos como colonos, com a diferença que ele passa a trabalhar para o fazendeiro e vive na colônia da fazenda.
O colono e sua família eram responsáveis por manter limpas as ruas do cafezal, remover as ervas daninhas e preparar o lugar para a derriça das cerejas.

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