Segundo Francisco A. Ferreira Mendes, em 1º de janeiro de 1727, na
simplicidade da linguagem histórica setecentista, descritiva do alto de
renovação da fundação da Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá, ao erigir o Ouvidor
Geral da Comarca de Paranaguá, Dr. Antônio Lanhas Álvares Peixoto que viera a
Cuiabá na companhia de D. Rodrigo César de Menezes, Governador e Capitão
General da Capitania de São Paulo, com objetivo de organizar a justiça da terra
– o pelourinho - na atual Praça Conde de Azambuja (próxima a Av. Mato Grosso),
declarou em nome D'El Rei “que fossem as armas de que usasse a vila, um estudo
com o campo verde e um morro ou monte no meio, todo salpicado com folhetas e
granitos de ouro e por timbre, em cima do escudo, uma fênix”
O atual Brasão
de Armas de Mato Grosso foi instituído com a Lei nº 799, de 14/08/1918, pela Assembléia
Legislativa e sancionada pelo Presidente do Estado, D. Francisco de Aquino
Corrêa. Fora mantido o mesmo estilo colonial, trazendo o desenho em campo
verde, um morro de ouro com dois cabeços, um braço armado a empunhar uma
bandeira armada com a Cruz da Ordem de Cristo, tendo por timbre uma fênix,
cinzelados entre dois ramos floridos de seringueira e de erva-mate, enlaçados
na base por uma fita trazendo a legenda latina “Virtude Plus quam Auro”.
De acordo com
Ferreira Mendes a fênix e o braço armado simbolizam a história de Mato Grosso
com as penetrações bandeirantes e as moções de povoado e a cor azul inculca à
nossa gente a elevação e a pureza dos nossos sentimentos de nacionalidade,
unidos sob a inspiração da crença e da fé religiosa, que a cruz de Cristo
simboliza na heráldica da gente brasileira. O novo guardando na sua contextura
a forma do primitivo Brasão colonial encimado com a fênix representativa da
imortalidade, expressa o respeito à tradição histórica, o ideal de união da
gente matogrossense, que o lema “Pela virtude mais do que pelo ouro” valoriza,
eleva, enaltece, glorifica e eterniza, na divisa que vai passando de geração a
geração, como que perpetuando a virtude, a justiça, o trabalho, a dignidade e o
amor, que vinculam o espírito dos maiores, muitos dos quais se sacrificaram na
defesa do patrimônio que nos foi legado e que deveremos cultuar para consolidar
a prática na união nacional.
Os Brasões de
Armas têm também o sentido expressivo da nobreza do Estado no conjunto da
nacionalidade.
FERREIRA
MENDES, Francisco A. O Brasão de Armas de Mato Grosso. In Pereira Leite, Luis-Philippe. Monumentos de Mato Grosso. Cuiabá: Fundação Júlio Campos, 1994. p.
93-98.
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