28 de mai. de 2011

Marchas e Contramarchas da Democracia: Os anos 60 e 70 do século XX: Entre golpes e protestos

Projeto apresentado à disciplina de Estágio Obrigatório, sob orientação da Profª. Dra. Ana Maria Marques.


Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente, olha eu de novo
Perturbando a paz, exigindo o troco...
(Paulo César Pinheiro & Maurício Tapajós, “Pesadelo”, 1972)



INTRODUÇÃO
O poder da juventude reside na própria juventude. Eles carregam a essência de serem novos e com isso, qualquer idéia ou mesmo sonho, tem um campo fértil para se concretizar.
Trabalhar Marchas e Contramarchas da Democracia e em específico o poder da juventude que enfrentou os golpes nas décadas de 60 e 70, com o ensino fundamental da 8ª série B da Escola Estadual da Policia Militar Tiradentes visa situa-lo num tempo em que as lutas e rebeldia dos jovens fizeram ocorrer transformações ao seu redor.
Rebeldia que contrapunha a moda comportada e sofisticada das décadas anteriores mudava-se cabelos, maquiagens, ídolos, estilos musicais e a forma de ver e viver.
É nesse gancho que apegarei: música. Ela faz parte de nosso cotidiano de forma quase imperceptível. Está ligada a minha vida de maneira que carrego uma trilha sonora que é única, são as marcas dos anos vividos, dos amores sofridos, das paixões ardentes, das tristezas, das incertezas, das alegrias.
A juventude da década de 60 e 70 ao redor do mundo também escolheu sua trilha sonora, Beatles, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Pink Floyd e Queen. No Brasil Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Nara Leão entre outros, davam o recado, não só seu mais de toda uma sociedade calada, contra a ditadura militar então vigente.


JUSTIFICATIVA

Ao analisar o poder da juventude e a música que era utilizada como meio de protesto é uma tentativa de aproximar essa juventude de que eles são sujeitos históricos e podem compreender e melhorar o mundo em que vivem. É aproximar-lo da pesquisa histórica e construir o conhecimento a partir da discussão com base em fontes audiovisuais.
Para isso o desafio do professor, segundo Pinsky, é o de desenvolver uma prática de ensino de História adequada aos novos tempos e também a esses novos alunos, onde tenhamos um conteúdo rico, socialmente responsável e onde a informática e a internet facilitam a parte mecânica do trabalho de investigação.
O professor de história, para Schmitd, deveria ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista, a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas, procurando transformar, em cada aula de história, temas em problemáticas. Lançando mão inclusive das inovações tecnológicas.
Neste campo que a Música Popular Brasileira (MPB) fará o papel de fonte histórica, por que esteve ligada a juventude urbana universitária fazendo criticas ao sistema existente, estando extremamente ligada a realidade cotidiana do povo.
Realidade essa que a partir do golpe militar orquestrado por Vargas vai conviver com um regime de ditadura, onde vigora um governo absoluto que se mantém no poder sem o prévio consentimento dos governados (eleições) e utilizam de prerrogativas ilegais no que tange a lei (perseguições, tortura e assassinado).
Como forma de enfrentar a situação posta, os jovens, músicos e a população em geral vão enfrentar a ditadura das mais diversas formas possíveis, seja com os movimentos de resistência seja com os compositores, que para se opor ao cerceamento da liberdade, começam a elaborar composições questionadoras, deixando de ser manifestações meramente culturais para uma forma de resistência popular.
Nas músicas de protesto devemos procurar entender a perspectiva social e histórica refletidas nas canções, utilizadas nos festivais das canções, tocadas nas rádios e como hinos nas passeatas, que reuniam em sua maioria exclusivamente estudantes, que ao som de Geraldo Vandré, Chico Buarque, também conhecido como Julinho de Adelaide, Gilberto Gil, Elis Regina, Caetano Veloso, Jessé, também conhecido como Toni Hiver, Carlos Lira, Edu Lobo e outros mais, cantavam, protestavam, discursavam, carregavam faixas, pichavam muros com palavras e versos de ordem contra o regime vigente.
Com a instituição do AI-5 - Ato Institucional nº. 5 – acontece à desarticulação dos movimentos estudantis, que vão parar na clandestinidade usando como forma de resistência a luta armada, tenta-se a despolitização dos festivais das canções, as composição, jornais, revistas e livros são censuradas.
Trabalhar com a música nesse período é uma tentativa de aproximação dos alunos com os jovens da década de 60 e 70, tentando compreender o processo, o contexto histórico do período, fazendo com que se sintam sujeitos da história, através da fonte música, imagens, fotografias, vídeo e textos.
Até porque segundo Lara Mara C. Siman, citada por PIEROLI, a história não é uma ciência fácil, é provavelmente a mais abstrata das disciplinas, já que o historiador trabalha com um ambiente imaginário e utiliza linguagens e conceitos muitos complexos.


OBJETIVOS

· Participar ativamente da execução do projeto;
· Perceber a presença da cultura das músicas de protesto no cotidiano atual;
· Compreender historicamente as razões pela qual a juventude precisou utilizar da cultura através da moda, da música, da arte, para protestar;
· Refletir criticamente sobre todo o processo e percebam-se também como agente histórico;
· Aprender a importância das diferentes linguagens de protesto utilizadas no nosso cotidiano (Hip Hop e Rap) e as utilizadas nas décadas de 60 e 70 (Hippe, Rock and Rock), e no Brasil (Bossa Nova, Tropicalismo, MPB).


METODOLOGIA

Segundo os Paramentos Curriculares Nacional (PCN) de história da 5ª a 8ª série encontramos que na pesquisa histórica podem ser encontradas diferentes abordagens teórico metodológicas, umas que procuram explicar a vida social e a dinâmica de seu movimento no tempo por meio de teorias globais e outras que enfatizam os problemas sociais, ora pendendo para os grandes movimentos coletivos, ora nas particularidades individuais.
Na ênfase da problematização social, através de diferentes modelos analíticos e conceituais, podemos utilizaras obras de arte, as articulações de poderes religiosos, os rituais, os costumes, as tradições, os desvios de comportamento, as resistências cotidianas, os valores presentes em imagens e textos, as relações e papéis interpessoais e intergrupais que possuem seu tempo, seu lugar, seus valores e suas ideologias.
O método á ser trabalhado neste projeto é todo baseado em análises áudios-visuais, em especial na música, onde ocorre a difusão de personagens, fatos, datas, cenários e costumes que, segundo o PCN instigam meninos e meninas a pensarem sobre diferentes contextos e vivências humanas. As músicas estarão dispostas tanto em áudio como as letras impressas, os textos, artigos e as iconografias/fotografias também estarão dispostos impressos para melhor serem analisados.
A música, segundo Pieroli, permite a compreensão da identidade desses jovens e da história de seus pais, de tal maneira que quando escutamos uma canção, essa nos reporta a um momento inesquecível da nossa vida, ou que marcou a vida do país, assim podemos delimitar um período histórico.
Essa análise será possível uma vez que os alunos, que fazem parte do último ciclo, dominam um conjunto de noções, informações, explicações, procedimentos e reflexões históricas e temporais, que possibilitam estudos mais conceituais das vivências humanas no tempo.
Segundo Napolitano é necessário ao trabalhar com as canções que se identifique a gravação da época que se pretende analisar, localizar o veículo (rádio, TV) que fez com que a canção se tornasse conhecida, mapear o espaço (social e cultural) de sua criação, articulando no contexto histórico.
Para Napolitano não se pode esquecer, é que a música brasileira constitui um grande patrimônio histórico e cultural que contribui para a cultura da humanidade, campo pouco explorado pelas ciências humanas, só muito recentemente ela têm sido estudada de forma mais sistemática, assim como o seu uso em sala de aula. E é a evolução da tecnologia responsável pelo acesso a novos recursos didático-metodológicos que favorecem a efervescência de idéias e técnicas utilizadas nas aulas de história.
Partindo das reflexões apresentadas pelo PCN, Miolla, Napolitano, Pederiva, Pierolli entre outros, ministraremos 4 horas-aula na 8ª série da Escola de Policia Militar Tiradentes, localizada no bairro Morada da Serra, a cerca da “Marchas e contramarchas da democracia: os anos 60 e 70 do século XX: entre golpes e protestos”, pela ótica da juventude daquele contexto, através principalmente da abordagem musical.
Na preparação serão escolhidas e selecionadas as canções e documentários, bem como a preparação do material de apoio (cópias das letras, textos, CDs, aparelho de som e TV).
Em sala de aula haverá a contextualização do momento histórico a ser estudado, uma contextualização do macro (global) até uma micro (Brasil), exemplificando da crise política da renúncia de Jânio Quadros em 1961 até a tomada do poder por Getúlio Vargas. Através de uma aula expositiva e participativa caracterizaremos os diversos movimentos políticos e sociais dos anos 60 e 70 do século XX e os protestos culturais promovidos pelos jovens.
Na segunda aula darei ênfase na participação da juventude nas mudanças ocorridas nas décadas de 1960 e 1970, dos movimentos da Jovem Guarda, da Bossa Nova, do Tropicalismo, dos Festivais da Canção, dos ícones (cantores/compositores).
Na terceira aula trabalharemos diretamente com as músicas através das mídias (CD), iremos problematizar e analisar, de modo que criarem um diálogo entre a música e a contextualização das outras aulas, levando o aluno a construir, segundo Schmitd, um sentido da historia e os seus conteúdos através dos documentos, no caso mídia audiovisual.
Para Schmitd quando o aluno utiliza dos documentos passa a analisar, observar e descrever o documento dá-se a introdução do método histórico, fazendo com desenvolva o espírito critico, reduzindo a intervenção do professor, e diminuindo a distância entre a história que se ensina e a história que é escrita.

Segundo Pederiva as canções construídas em primeira pessoa fornecem a todos que cantam a possibilidade da subjetivação da mensagem, consequentemente a se identificar, pensar, rejeitar e/ou incorporar, refletindo sua condição de jovem.

Na quarta aula para verificação da aprendizagem faremos uma dinâmica ao estilo de QUIZ, para dimensionarmos a aprendizagem ocorrida e o desenvolvimento dos alunos como agente histórico e a aceitação desse tipo de aula.


CRONOGRAMA

Atividades Duração Cronograma
AGO SET OUT NOV

Preparação 16 h X
1ª Aula 1 h X
2ª Aula 1 h X
3ª Aula 1 h X
4ª Aula 1 h X
Elaboração de Relatório 5 h X
Carga Horária Total 25 horas

RECURSOS

Os recursos a serem utilizados serão um tocador de mídia (som), CD com as músicas selecionadas co-relacionada com o tema, textos impressos juntamente com fotografias e iconografias mostrando os protestos e a cultura que essa juventude propiciou nas décadas de 1960 e 1970, um período da história em que a juventude se mobilizou e conseguiu através de sua expressão mudar o mundo. Poderá ser utilizados fragmentos de um documentário da TVE que ajudará na contextualização da década de 1960.


REFERÊNCIA

MIOLLA, Luiz. A MPB na luta pela democracia. Verê-PR: 2008.
NAPOLITANO, Marcos. A Arte engajada e seus públicos (1955/1968). Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº. 28, 2001. P. 103-124.
____________________. A Música Popular Brasileira (MPB) dos anos 70: Resistência Política e Consumo Cultural. Actas de IV Congresso Latinoamericano de la Asociación Internacional para el Estudio de la Música Popular.
www.hist.puc.cl/historia/iaspmla.html, acessado dia 05/07/2010.
____________________. A MPB sob suspeita: a censura musical vista pela ótica dos serviços de vigilância política (1968-1981). Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 24, nº. 47, p. 103-126. 2004.
____________________. A produção do silêncio e da suspeita: a violência do regime militar contra a MPB nos anos 70. Actas de IV Congresso Latinoamericano de la Asociación Internacional para el Estudio de la Música Popular.
www.hist.puc.cl/historia/iaspmla.html, acessado dia 05/07/2010.
PEDERIVA, Ana Bárbara Aparecida. Anos dourados ou rebeldes: juventude, territórios, movimentos e canções nos anos 60. São Paulo: PUC/SP, 2004.
PINSKY, Jaime e PINSKY, Carla Bassanezi. Por uma história prazerosa e consequente. In História na Sala de aula: conceitos, práticas e propostas / Leandro Karnal (org). 2. ed. – São Paulo: Contexto, 2004.
PIEROLI, Sarita Maria. Ditadura Militar no Brasil (pós 64) através da música: uma experiência em sala de aula.
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/648-4, acessado em 05/07/2010.
SCHMITD, Maria Auxiliadora. A formação do Professor de História e o cotidiano da sala de aula. In BITTERCURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. P. 54-68.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: história. Brasília: MEC/SEF, 1998.
VANISE, Ribeiro e Anastácia, Carla. Encontros com a História. Curitiba: Positivo, 2006.

A realidade social e a educação por projetos: perspectivas para uma nova prática educativa

No livro Entre o passado e o futuro Arendt dialoga sobre a crise na educação, no capítulo 5, foi a primeira de várias discussões sobre didática que permeou o semestre letivo de 2010.


Desse debate ficou fixo, em mim, o porque Joãozinho não sabe ler, apesar de ter garantido por lei o direito a educação.Talvez porque exista um problema na educação, que segundo Arendt está no fato de, por sua natureza, não poder esta abrir mão nem da autoridade, nem da tradição, e ser obrigada, apesar disso, a caminhar em um mundo que não é estruturado nem pela autoridade nem tampouco mantido coeso pela tradição.


Para que Joãozinho saiba ler é necessário um caminho que segundo Hernàndez é a educação por projetos. Então o que seria esses projetos? Projetos constituem um luagr que em sua dimensão simbólica compreende a aproximação com a identidade do aluno que favorece a construção da subjetividade, onde o currículo é a solução de continuidade e onde o que aconte fora dos muros escolares faz parte da aprendizagem.


Na direçaõ desse pensamento o projeto vai além dos limites curriculares, realiza atividades práticas, os temas são apropriados ao interesse e ao estado de desenvolvimento dos alunos, ocorre experimentações como visitas e convidados, é realizada pesquisa, procura-se diferentes fontes de informação, ocorre tanto o trabalho individual quanto em grupos pequenos ou com toda a sala de aula.


Como exemplo de um trabalho com projeto, faço menção ao fime Escritores da Liberdade. Um filme que retrata uma professora que ao entender a realidade de seus alunos, vindos de guetos diferente e que possuiam uma rivalidade ligada a sua raça (negros, latinos e brancos), onde tinham que ser leal ao igual enquanto o diferente era inimigo, consegue tirar da própria vida dos alunos, material para conduzi-los, não somente para ler e escrever, mais para pensar criticamente o mundo em que vivem.


Essa professora parte do tema racial, usando como pano de fundo a perseguição emorte dos judeus, inicia junto com os alunos pesquisas, visitam memoriais, leem livros, em especial o Diário de Anne Frank, levam a escritora ao colégio onde é proferida uma palestra, fazem a relação entre o tema e suas vidas e dessa forma elaboram o seu próprio conhecimento.


O filme mostra toda a etapa descrita por Hernandez como a primeira caracterização de um projeto de trabalho, bem como os resutltados que é à participação dos alunos no processo de pesquisa, a participação no planejamento de sua aprendizagem, tornou-se flexíveis, reconher o outro e compreender seu próprio entorno pessoal e cultural.


Talvez essa solução seja uma boa perspectiva à crise da educação, citando Arendt preparando-as em vez disso com antecedência para a atarefa de renovar um mundo comum.


Que possamos pensar, eu futura educadora e aqueles que já o são, que os projetos constituem, segundo Hernàndez, um planejamento de ensino e aprendizagem onde a aquisição de estratégias cognitivas estão ligadas ao estudante como responsável pela sua própria aprendizagem.


Oxalá, pensemos nessa maneira de ensinar Joãos e Marias orientados para estabelecimento de relações entre a vida deles e o conhecimento das disciplinas.

14 de mai. de 2011

Hino de Mato Grosso - Uma homenagema pelo seu aniversário

O contexto brasileiro (e mundial) do final dos anos 1920

Somente em meados da década de 1980, segundo a professora Maria Helena Capelato, o estudo do Estado Novo foi alvo de grande interesse entre os historiadores, ocorrendo em paralelo a redemocratização do estado brasileiro.

Esse Estado Novo, segundo Capelato, caracterizou-se pela introdução de umnovo regime político orientado por novas regras legais e políticas, orientado pelo autoritarismo oriundo de um intenso controle político, social e cultural e pelo cerceamento das liberdades, inclusive com repressão e violência extrema advindas dos 'porões da ditadura'. Ocorreu, também, um reordenamendo da economia, nova relação do Estado com a sociedade e a própria reorganização do Estado, em sintese o governo varguista toma várias medidas que visam promover o desenvolvimento econômco e outras para estabelecer o controle social, na melhor das ideologias sob a égide da: Ordem e Progreso, que atravessa vários governos militares.

Na área econômica, após a crise de 1929 que atinge duramente a economia brasileira, em meio a uma superprodução cafeeeira, queda do preço da saca de café no mercado internacional, redução da receita cambial, Vargas retoma a política do café, sustentando o setor cafeeiro, através da compra de boa parte da safra paulista com empréstimos de bancos ingleses, estabelecimento de quotas de café de qualidade inferior para serem queimados e promovendo acordos de venda do café brasileiro em outros mercados, em países da Europa Central e dos EUA. Também liberou a taxa de câmbio e reduziu o imposto de exportação.

Segundo a professora Maria Antonieta P. Leopoldi, outras medidas foram adotadas pelo governo, como o monopólio das operações de câmbio pelo Banco do Brasil, a renegociação da dívida externa com os credores inclusive com o adiamento dos pagamentos. Essa última medida representava uma grande ruptura para com a política anterior, uma vez que se preocupava com a cobertura cambial para pagar seus compromissos financeiros e não desenvolviam o país através desse controle cambial e com a seleção das importações essenciais como propôs Vargas. Dessa forma conseguiu vários avanços nessa área.

Politicamente, o 'pai do povo', erregiu as leis trabalhistas, salário mínimo, férias, limitação da jornada de trabalho, segurança, carteira de trabalho, justiça do trabalho e tutela dos sindicatos pelo Ministério do Trabalho, o que garantia, segundo Capelato, o atendimento das reivindiações operárias ao mesmo tempo que dava ao Estado o controle das atividades independentes da classe trabalhadora. E como essa política não contou com a participação dos interessados, representou uma nova forma de controle social, que dominou diretamente as ações dos operários. Se por um lado o trabalhador viu suas reivindicações serem atendidas, por outro lado, foi privado da liberdade do movimento operário, que passa ao poder do Estado, e não podemos deixar de ciar, que a cidadania passa amera peça do jogo de poder varguista.

E como em todos os aspectos de uma moeda encontramos duas faces distintas, na política de Vargs também encontramos aspectos positivos e aspectos negativos, tão debatidos pelos historiadores atuais do tema.