7 de jul. de 2008

Relembrando o dia 30/08/2006


Parafraseando Cazuza em Carta a Dani... escrevo em uma madrugada cinzenta e fria, trabalho para espantar a solidão e meus pensamentos.
Hoje, decidi conhecer meu irmão ... 22 anos nos separou. Estou mais leve, mais livre. Fiquei com medo. Mais que não tem medo de voar, de amar, de morrer, de ser feliz .... Sei que escrever é minha maneira de ficar pra sempre na terra. Ainda mais com a internet ... a palavras ganham projeção.. Amor ... Kelly
Falei com meu irmão de nos encontrarmos, marquei um dia, e ele não aparece ... fique frustada, chateada ... eu desejava isso ... o resgate de algo que sinto que foi me tirado. Não deu para fazer muito, porque entrei numa maratona de médico/trabalho, trabalho/médico, então, veio a viagem a Sampa para as provas da MBA, conheci o Verginio, a Sônia, fui a Mogi revi minha família, que delicia pode dizer isso, a tia Marilú, o tio Wilson, o Weber e conhecer a tia Odete, a Sônia e o Caio ... já contei isso, o chato disso é que enviei o e-mail para o Caio e ele não me respondeu ... paciência. Meu irmão tinha deixado um "scrap" no orkut, perguntando se estava zangada ... zangada eu não estava ... respondi que não e fiz mais liguei para ele no intervelo de 1 hora do meu almoço, verifiquei que ele estava bem, ponto. No final de semana tentei ligar para meu pai e não consegui, falei pro meu irmão, que disse que é assim mesmo, as vezes o sinal some da torre da Bolívia e os celulares ficam mudo ... tentei de novo ... consegui ... falei com meu pai ... antes quem atendeu foi o meu outro irmão o Roberto, porque liguei no celular dele, a conversa no mais ou menos - Oi, esse celular é do Roberto. Sim. Roberto é a Kelly. Oi, Kelly. Eu poderia falar com o pai. Pai é a Kelly - ai travou tudo, não sabia o que falar ... tinha várias coisas pra falar, pra dizer, para contar e não consegui ... talvez tenha bastado chama-lo de pai e ele ter me chamado de filha ... talvez as palavras saem melhor no papel do que através da fala. Então falei banalidade, perguntei como estava, o que tava fazendo, ele foi falando, reclamou da política do atual presidente, que esta tornando as coisas mais difíceis, que gostou do telefonema, que me AMAVA muito. Sei que quando desliguei chorei muito ... nesse momento tenho vontade de chorar - coisas de Kelly, psiciniana, humana, de carne e osso.
E fiquei com um idéia fixa ... falei para o Eduardo aparecer na UFMT, terça ou quinta, são os dias que pinto lá para tentar apreender inglês ... hoje, ele disse que apareceu .... não o reconheceria ... então, fique "matusquelando" o dia todo de ontem, se faria ou não o que acabei fazendo ... às vezes sou impulsiva ... mais ontem tinha tanto medo da rejeição .... de derepente ele estar fugindo de me ver ... não que ele tenha desmostrado isso nas várias horas que já ficamos dependurrado no telefone ... mais eram os meus medos, os meus fantasmas ... minha duvidas, insegurança .... decidi que iria durante o final do expediente, mais na hora que acabou minha aula ... fosse a tão frágil certeza ficando apenas a dúvida ... e que dúvida ... vi vários ônibus passarem na Av. Fernando Correa, em direção a Cel. Escolástico, meu destino, e não subi ... os colegas que nem sabiam o que eu iria fazer, só perguntaram se iria ser bom, disse que achava que sim, então falaram vai se não você vai se arrepender. Fui. Peguei um micro, pedir para parar em frente a loja Shopping Center da Criança ... fui até a Sorvetelle e comprei uma coca-cola, tremia dos pés a cabeça ... é agora, eu sabia que era por ali ... mais aonde não sabia, então liguei e o telefone só dava ocupado, uma, duas, três vezes ... terminei a coca-cola, e decidi será a última tentativa ... tava chateada ... chamou ... meu coração saiu pela boa ... um toque, dois toque ... - alô. Alô. Eduardo. Sim. É a Kelly. Minha irmã. Sim. Oi, eu ia te ligar, não deu para ir ainda, mais eu quero muito te conhecer. Bem eu estou na Sorvetelle, como faço para chegar ai. Ta vendo a rua a sua frente? Hum hum. Então é só pegar a primeira a direita. Me espera na frente. Com certeza.Talvez tenha sido a caminhada mais longa ... talvez não ... as pernas tremiam, eu estava suando frio ... cheguei perto ... muitos jovens, adolescentes mesmo, numa casa ... o diretório de campanha do PcdoB, era claro que eu não saberia entre eles quem seria o meu irmão .... a imagem que tinha dele era de um menininho de dois anos. Como tinha falado como eu estava, ele foi lá me estendeu a mão ... perguntei se poderia abraça-lo e nos abraçamos ... me apresentou para os amigos dele. Entrei na casa ... completamente 'zuada' pelos jovens ... quem tem adolescente deve saber o que acontece quando junta mais de um. Aí fomos para um lugar mais tranqüilo que pudéssemos conversar ... conversamos ... tentamos estabelecer um laço ... aquilo mais que o sangue .... como ontem, tentaremos manter um laço ... talvez um dia dizer aquele é meu irmão, venha acompanhado de mais paixão.
Assim, estou mais leve ... mais feliz ... assim, decide que se dane a "LER', quero propagar minha história, que ela tenha começo e meio ... e o fim seja que nem os contos de fada "E eles foram felizes para sempre" ... mesmo que o sempre seja pura ilusão de ótica ...
Termino parafraseando Cazuza em Ombra Mai Fu: As pessoas esquecem o que precisam fazer.... eu não posso me dar a esse luxo!!! Faço tudo caber nos meus próximos dias....Todas as idéias que eu terias, as pessoas que eu conheceria (...) estou grávido e não posso esperar. O tempo não para e a gente ainda passa correndo (...) Se eu pudesse guardava tudo numa garrafa e bebia de uma vez... Penso no que vai ficar de mim ... Eu... só sei insistir

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