26 de jun. de 2008

Por do sol em Jericoacoara - CE


"Na verdade a busca do passado não é, para nós, um objetivo em si. O acontecido não tem sentido senão quando resgatado, recuperado e reconstruído. O passado que não nos incomoda, não nos estimula e não nos toca de alguma forma, não merece ser estudado. No fundo, há uma só história, aquela que nós tentamos conhecer."
Jaime Pinky. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 2001. Repensando a História.

Uma viagem à Itapólis-SP


Igreja de Itapolis - Taxidermes do maetro Beil
"Não creio ser um homem. Tenho sido sempre um homem que busca, mas já não busco mais nas estrelas e nos livros: começo a ouvir os ensinamentos que meu sangue murmura em mim. Não é agradável a minha história, não é suave, e harmoniosa como as histórias inventadas: sobre a insensatez e a confusão, a loucura e o sonho, como na vida de todos os homens que já não querem mentir a si mesmos". Demian

Meu sangue me atraiu... Começo a ouvir as vozes de tempos remotos à medida que me aproximo da cidade do Alferes Pedro Alves de Oliveira, fundada a partir da doação de cento e doze alqueires e cinco décimos de terras ao Espírito Santo, parte da Fazenda Boa Vista. Nasce Boa Vista das Pedras, após os avanços das bandeiras paulistas rumo a Mato Grosso em busca de ouro, sempre paravam em Araraquara.
Chego às 10h50min da manhã de dois de abril de 2006 na cidade de Itápolis, no interior paulista, dominada por pés-de-laranja e de cana-de-açúcar.
Na Rodoviária informo sobre a localização do Museu da cidade (não havia me preparada para isso... não tinha mapa, idéia... apenas vozes...).
Começo a caminhar pela cidade... Passo ante passo... No asfalto passo a ver paralelepípedos... Nas casas só vejo janelas de pé altos, de madeiras e telhas de barro artesanais. O coração chega a disparar a cada passo... Sinto a pulsação intensa... Ao avistar a Igreja Matriz, do padre vigário Salvador Tarallo, Paróquia do Divino Espírito Santo da Boa Vista das Pedras.
De frente a Matriz revê a pracinha em dia de inauguração, lampião a gás fazendo a iluminação, o corretinho todo enfeitado de fitas, para que o capitão Custódio Teixeira Pinto discurse em sua inauguração e de passagem a Corporação Musical "Vitório Manoel III", para execução de um bonito programa... Pena que na frente não esteja o maestro que procuro... Está o maestro Raphael Mercaldi. Corporação essa fundada pelo Padre Tarallo em 1890. Avisto o busto do compositor italiano José Verdi homenagem do maestro Zeferino Bartolomassi.
Informo-me novamente da localização do Museu e sigo meu caminho... Logo avisto o Museu... Pena que em pleno domingo não tive a felicidade de encontrá-lo aberto. O passado fechou meus olhos. Sair de tão longe e "dar com os burros n’água".
Meu sangue ferveu... Mais pela primeira vez... Não foram transformadas em lágrimas... Tirei a câmera fotográfica e tirei fotos da entrada onde tinha a informação que o Museu Pedagógico e Histórico Alexandre de Gusmão funciona de segunda a sexta, da entrada do Museu, da placa incrustada nas pedras. Um prédio bonito que necessita de reformas... Antes que me esqueça o site da prefeitura informa funcionamento no domingo das 09h00min às 12h00min horas.
Ouço voz... Ouço passos... E em meu coração sinto que tenho que prosseguir... Passa um homem numa bicicleta... Informo sobre o Cemitério... Sigo em frente... O sol vai de guia... Passo a passo comigo pensamentos e sensações... Não sinto medo... O desconhecido me fascina... Algo que não sei dizer... Compro uma coca-cola... Continuo andando... Informo do caminho certo... Chego ao cemitério... Coração dispara... Os olhos tentam enxergar o enterro do Padre Tarallo, mulheres, homens e crianças chorando numa comoção unissilábica. Avisto um senhor pergunto sobre a administração do cemitério e ele me informa que os coveiros estão em almoço só retornando às 13h00min horas, olho o relógio falta um pouquinho para o meio-dia. Acomodo-me em um banco que dá para a ‘capela’. Aproximam varias pessoas a perguntar de velório de um crime da noite anterior, em nada posso ajudar; fazem-me perguntas e respondo... E acho que eles me acham meio maluca... Pensa bem... Saiu de sua cidade – Cuiabá/MT – ta certo que estava em São Paulo/SP em curso – vou numa cidade de interior – Itápolis/SP, e estou sentada no banco ao lado do cemitério... Mas mais maluco que eu é o guarda que fica guardando um tumulo dentro do cemitério.
Chega o primeiro coveiro, pergunto onde está o maestro Alberto Beil, ele não sabe se é quem eu procuro e me leva ao tumulo do maestro Raphael Mercaldi. Não sei se minha cara mostrava minh’alma... E ele me diz ‘vamos esperar o outro coveiro, ele é coveiro aqui há 20 anos’. Volto em silêncio... A alma sangra... Pergunto se não tem um livro e ele me informa que o ‘Livro dos Mortos’ está na Prefeitura.
Volto a me sentar no banco... Chega o outro coveiro o sr. Vinhole (acho que é isso), o primeiro diz ao segundo que procuro o Maestro Alberto Beil, ele ri e diz ‘você nunca iria achar’, sinto um arrepio... Ele me conduz ao túmulo, errando algumas vezes o caminho, depois me diz que o ponto de referência é o Túmulo do Massari.
Túmulo simples... Tento enxergar as pessoas presentes em seu enterro... Não vejo ninguém... Sua esposa Catharina nem a cova dividem com ele - segundo informações esta enterrada em Borborema-SP -... Seus filhos... Ernesto, Olga, Maria Luiza... Ninguém... Não consigo ouvir sua última sinfonia... Um canto calado... Nada... Uma lágrima a cair... Nada... Tudo suspenso no ar.
Ao longe talvez um acorde de violino... Uma nota de piano. Tiro fotos do túmulo... Tento chegar perto dele e ofereço uma prece que vou entoando pelo caminho, enquanto o seu Vinhole me leva para outros túmulos dos Beil’s: ‘não tenho dons, não tenho voz, mais alegro em tê-lo visto, você me trouxe, estou aqui, o que quer de mim’.
Vou a conversar com o sr. Vinhole, a contar que sou tataraneta do maestro, e ele me diz que é parente da Tereza Beil, neta de Ernesto. E pergunta se não quero ir até a sua casa... Ele me leva lá. Conheço o primeiro Beil – sinto tanto estava tão nervosa que não me lembro seu nome – ele liga para o André, o ‘primo’ que tinha contado por e-mail, me mostra uma foto de 1916, dois anos antes da morte do maestro, está toda a Banda lá, num semicírculo, metade em pé e metade sentado, o maestro ao meio, terno impecável, cabelo repartido no redemoinho para o lado, bigode grosso e virado para cima, na foto seu filho Ernesto Beil, todo trajado também, com o violoncelo... Soltei foguetes por dentro, bati foto da foto... Ali esta a sua banda Ernesto Mercaldi no contrabaixo, Jerônimo Joaquim Ramalho no baixo-metálico, Achile Supino no bombardino, José da Costa Sene na clarineta, João Carlos de Godoy na clarineta, Dr. José de Almeida Couto na flauta, Josué Quirino de Moraes na trompa em mi, Raphael Mercaldi no pistão, João Vieira Filho no 2° violino, Paschoal Schiavo no 1º violino, Ernesto Beil no violoncelo, e o regente Maestro Alberto Beil... meu tataravô tinha agora um rosto, um jeito... Saiu do tumulo frio a um vulto quente... Ganhou uma vida frenética, com a batuta na mão... O cabelo nada alinhado, as mãos em movimentos agressivos, constantes, firme... Ele agora era vida com sua coleção de bicho empalhada, como o chifre na sala de jantar da casa de dona Tereza, com sua coleção colorida de borboletas e insetos.
O André chega... Conhecemos-nos... Leva-me até a rua que foi dada o seu nome em homenagem... Tiro fotos da placa; conversamos... Leva-me até sua casa... Lá sou recebida calorosamente pelo sr. João Batista Beil e sua esposa Genair... Sinto uma tranqüilidade... Conversamos, trocamos fotos, lê dou a cópia da foto de Lulu Lohnhoff (Maria Luiza Lohnhoff) nascida Maria Luiza Beil, no Rio de Janeiro e de Theodor Löhnhoff, ainda jovem, guarda-livros, cabelo repartido até a altura do redemoinho e bigode grosso virada pra cima.
Conversamos... Falamos de passado... De lembranças e recordações... E a tarde voou... E no bater de asas levou o tempo o resto de tempo que ainda tinha... Assisto ao futebol na TV... Depois um longo banho... Estava nova de novo... Ele me levou até a matriz... A missa já havia começado, ele me disse que o padre que celebrava a missa é o mesmo que fez o seu casamento... Estava na parte do evangelho, começou a homilia, mais meus pensamentos não estavam muito ligados nas palavras dele... Meus olhos passeavam pelos afrescos do teto, nas pinturas da via sagra... Foi feita a oração costumeira daquela Igreja em época da Campanha da Fraternidade, e de repente... Sinto que flutuei... Não sei se foram meus pés que saíram do chão ou se minha alma saiu do meu corpo... O órgão da Igreja brandiu sua música, imponente, majestosa... Era pra mim, todos os acordes, todas as notas, enfim a música... Era o meu presente de despedida... Era o mais doce adeus que alguém poderia ter me dado... Naquele momento só existia a mim na Igreja... Eu e o órgão... Que talvez não seja o mesmo que a Lulu Beil nem a Olga Beil tenham tocado... Mais eram elas que tocavam tão compenetradas, com o pai ao lado, de olhos fechados a ouvir cada acorde e sentir a melodia, o ritmo, a cadência como os dedos deslizavam pelas teclas. Ao sair da Igreja, um pedaço dela veio comigo e um pedaço de mim ficou nela.
Andamos pelas ruas novas e encontramos as velhas, passamos em frente da morada do maestro... Derrubada e erguida outra no lugar. Bem mais era ali... Ali foi seu lar.
Eles me deixaram na rodoviária peste a embarcar no ônibus e o adeus... Deixo dois mundos... Um da realidade, de uma cidade e de uma família acolhedora e outro dos meus devaneios no tempo.
Durmo o tempo todo da viajem... Ainda ando por São Paulo em plena segunda-feira antes do meu embarque definitivo para minha casa... Em Cuiabá, capital de Mato Grosso, prestes a completar mais um ano de vida e vários de histórias e quem sabe tão parecidas como a que vivi.

17 de jun. de 2008

Oscar Löhnhoff

Oscar Löhnhoff

O relógio

Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado

Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac

Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac

Vinicius de Moraes



Oscar, filho do alemão Theodoro e de descendente alemã Maria Luiza, casou com Adelaide Amoroso, filha dos italianos Michele Amoroso e Elisa Cecchetto, em Ribeirão Preto, após passarem por várias cidades enrtre elas Novo Horizonte, onde nasceu Theobaldo Löhnhoff, fixaram-se em Mogi das Cruzes, onde possuía a relojoaria da foto.

15 de jun. de 2008

Amigos para Sempre...

universo de 70, descontração, amores e amizade ... coisas eternas ... mesmo que o corpo não seja

Eu não tenho nada pra dizer
Você parece no momento
Até saber como eu estou sofrendo
Vem, veja através dos olhos meus
A emoção que sinto em estar aqui
Seguir seu coração e amando


Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
Amigos para sempre


Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
Amigos para sempre


Você pode estar longe, muito longe sim
Mas por te amar sinto você perto de mim,
E o meu coração contente
Não nos perderemos
Não te esquecerei
Você é minha vida
Tudo que eu sonhei
Ligues para mim um dia


Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
Amigos para sempre


Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
Amigos para sempre


Olho, pra você e me pergunto assim
Se tudo é tão sincero
Por que tem que haver
Um tempo de dizer adeus ...


Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
Amigos para sempre

13 de jun. de 2008

Avó que não foi, neta que poderia ter sido ...




Monte Castelo


Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria



É só amor
É só amor
Que conhece o que é verdade



O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer



Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria



É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade



Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.



Letra e música de Renato Russo, numa adaptação de I Coríntios 13 e do Soneto 11 de Luís de Camões.

“Ao nascer… ao morrer as gerações se abraçam.” Pandiá Pându

“Um nome é quase sempre tudo o que nos resta de um ser, vivo ou morto” Marcel Proust
Segundo Pandiá Pându, no livro Que nome darei ao meu filho?, na Idade Média, comumente se usava ajuntar ao nome de batismo o nome próprio do pai para distinguir pessoas diferentes, mas que eram possuidores de nome idêntico. Deste modo surgiram os chamados patronímicos. Assim, José Álvares significa José, filho de Álvaro; Fernando Fernandes significa Fernando, filho de Fernando. Modernamente os nomes de batismo deixaram de indicar filiação, e hoje são empregados como simples agnomes.
Acima consta, extraído do livro Todos os Nomes do Mundo de Nelson Oliver, os seguintes significados para os nomes dos personagem da árvore:

Edson, Edison – do inglês Ed, de Eddy, hipocorístico de Edward (Eduardo) e de Edwin (Eduíno), mais a partícula son (filho), significa “filho de Eddy”.
Alexandre – do grego Aléxandros, de aléxo (repelir, proteger, defender), e anér, andrós (homem), significa “o que defende os homens”. Por extensão, “o que repele os inimigos”. Nome que na sua origem foi um epíteto de Hera e também pelo qual era chamado Paris, filho de Priamo.Tornou-se popular com Alexandre Magno. Em Portugal foi encontrado documentos que datam da segunda metade do século XVII. Na Inglaterra medieval foi encontrado na forma francesa Alysaundre, Alesaunder, Saunder e Sander foram outros desdobramentos do nome naquele país. Ainda muito usado na Escócia, foi ali introduzido pela rainha Margaret, irmã de Edgar Atheling, por volta do séc. XI. Ainda na Grã-Bretanha, são muito comuns as formas reduzidas Alec, Alick, Alex e Sandy.
Kelly – nome com dois étimos. É um sobrenome inglês, mas que, por modismo, é adotado no Brasil como prenome. 1) Na Irlanda, Kelly significa “descendente da guerra”. De grande ocorrência naquele país, foi o segundo sobrenome mais comum no final do século XIX. 2) Há um antigo toponímico inglês, nas variantes Chenleie, Chelli, Kelli que, segundo o CODEPN, parece estar ligado ao Galês celli, significa “bosque; arvore; pomar”, o que indica ter sido nome de residência e depois sobrenome.
Eduardo – do germânico Hadaward, de ead (riqueza, bens) e ward (guarda, guardião), significa “guardião (protetor) das riquezas”. Tem o mesmo significado de Edmundo. Nome que entre os judeus é usado para substituir Efraim, que começa com a mesma letra. Muito comum como nome de reis e príncipes, na Irlanda é usado incorretamente para substituir o nativo Eamon.
Roberto – Do germânico Hrodebert, de hruot (gloria) e bertho (brilante, afamado, ilustre), significa: ”aquele que a gloria tornou famoso; famoso e glorioso”. Em Portugal foi encontrado em registros datados dos séculos XII e XIV, na forma Ruberte, que na Idade Média tornou-se Robertus devido à latinização cristã. Nome de muitas persoladidade celebres. Tem o mesmo significado de Romário.
Lênin, Lenin, Lenine – nome de étimo duvidoso. Pseudônimo de Vladimir Ilich Ulianov, um dos articuladores da Revolução Russa, provavelmente derivado de 1) Lena, mulher por quem ele se apaixonou durante a juventude, ou 2) referente ao rio Lena, na Sibéria, junto às margens do qual viveu durante o período de sua deportação. Lenas, em lituano, significa “calmo; tranqüilo; vagaroso”.

10 de jun. de 2008

Rua Maestro Alberto Beil

Maestro Alberto Beil, casado com Catarina Beil, pai de Maria Luisa Beil, Olga Beil e Ernesto Beil.

Um anjo subiu aos céus em 25/02/1980

Maria Aparecida Lohnhoff
estava escondida em um "nicho" de São Benedito
Romaria

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamento
Sobre meu cavalo
É de laço e de nó
De jibeira ou jiló
Dessa vida
Cumprida à sol
Sou caipira pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
O meu pai foi peão
Minha mãe solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
À custa de aventuras
Descasei, e joguei
Investi, desisti
Se há sorte, eu não sei, nuca vi
Sou caipira Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
Me disseram porém
Que eu vivesse aqui
Pra pedir em
Romaria e prece
Paz nos desaventos
Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar
Sou caipira Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

7 de jun. de 2008

Minha casa de 1984 a 1999




A Casa
Era uma casa
muito engraçada
não tinha teto
não tinha nada
ninguém podia
entrar nela não
porque na casa
não tinha chão
ninguém podia
dormir na rede
porque na casa
não tinha parede
ninguém podia
fazer pipi
porque penico
não tinha ali
mas era feita
com muito esmero
na rua dos bobos
número zero.
musicado por Vinicius de Moraes

Theobaldo Lohnhoff Filho

Theobaldo Lohnhoff, em 1977, no dia do seu terceiro casamento,
na casa situada na Rua Estevão de Mendonça em Cuiabá-MT.
Soneto de Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja INFINITO ENQUANTO DURE.
Vinícius de Moraes